Dois filhotes de onça-parda resgatados pelo Instituto Chico Mendes foram transportados pela Azul Linhas Aéreas de Itaituba para Belém do Pará. Os animais, que perderam a mãe e não teriam chances de sobrevivência na natureza, foram encontrados por trabalhadores de uma empresa portuária na região. A Polícia Militar de Miritituba, Distrito de Itaituba, contatou o Instituto Chico Mendes (ICMBio) para o resgate.
O primeiro filhote resgatado, uma fêmea, foi batizado de Naurú, que significa corajosa e guerreira em Tupi Guarani. Pouco depois, outro filhote nas mesmas condições foi encontrado e resgatado, recebendo o nome de Piatã, que significa fortaleza na mesma língua. Com apenas dois meses de vida, os filhotes estavam em bom estado de saúde, mas não sobreviveriam sem a mãe, que provavelmente foi caçada ou atropelada.
Sem um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) na região, a equipe do ICMBio encontrou o Centro Amazônico de Herpetologia em Benevides, a mais de 1300 km de Itaituba, como a instituição mais próxima para cuidar dos filhotes. O transporte por estrada seria estressante e arriscado para os animais, levando dois dias para ser concluído. A única alternativa viável foi a aérea, com o apoio da Azul Linhas Aéreas, intermediado pela Embratur.
A Azul Cargo, uma das principais empresas de transporte de carga do País, prontamente ofereceu seus serviços para o transporte dos filhotes de onça parda. A viagem foi realizada em um Cessna Grand Caravan da Azul Conecta, com a analista ambiental Greice Quele de Oliveira e a veterinária Leana Moraes a bordo. Os filhotes foram transportados em caixas de transporte de gatos dentro da cabine, ficando inicialmente estressados, mas depois se acalmaram.
“A sensação é de dever cumprido após esses nove dias cuidando desses dois felinos. O importante é que eles estão bem, brincando um com o outro, deu tudo certo”, afirmou Greice. Os filhotes foram entregues ao Centro Amazônico de Herpetologia na noite de quinta-feira, após uma viagem de duas horas de avião e um trecho rodoviário.
Izabel Reis, diretora da Azul Cargo, destacou a honra de participar dessa iniciativa: “A Azul já participou do transporte de diferentes espécies de animais em extinção, como as ararinhas azuis e dos filhotes de peixe-boi, no ano passado. Conseguimos assegurar segurança na operação e o menor nível de estresse possível para os animais. Estamos sempre à disposição do Instituto Chico Mendes e de outras instituições que têm como objetivo preservar a biodiversidade do Brasil, que é a nossa casa”.
Um fato curioso envolveu as veterinárias Leana e Leandra da clínica Toca DiPets, em Itaituba, que cuidaram dos filhotes durante o período de espera entre o resgate e o transporte. Assim como Naurú e Piatã, elas também são gêmeas.
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