São Paulo (SP) – Durante o seminário “Atratividade no Turismo Nacional e Internacional: Vantagens e Oportunidades”, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), Fabio Godinho, CEO da CVC Corp, compartilhou reflexões sobre o atual cenário do mercado turístico e o reposicionamento da empresa no mercado.
Godinho começou sua fala ressaltando a recuperação do setor de turismo, especialmente no mercado doméstico, que foi o primeiro a se restabelecer, não só no Brasil, mas também em outros países. No entanto, ele observou que, após essa recuperação inicial, o crescimento não acelerou como esperado, em grande parte devido à saúde financeira das companhias aéreas e à incapacidade de entrega de novas aeronaves, tanto por parte da Boeing quanto da Airbus.
Ele destacou que o mercado internacional, que demorou mais para se recuperar devido a questões como a obtenção de vistos, agora está em uma fase de aceleração significativa, especialmente no Brasil, onde a capacidade no segmento doméstico é mais restrita e está crescendo a uma taxa modesta de cerca de 5% ao ano. Em contrapartida, o mercado internacional está crescendo a uma taxa de 15% ao ano, comparado ao crescimento de 20% registrado no ano anterior.
Godinho observou que, enquanto regiões como a Europa e o Caribe já se recuperaram significativamente, outras, como a América do Norte, ainda operam com capacidade reduzida, cerca de 8% menor do que em 2019. Ele mencionou que, em destinos como a América do Sul, a capacidade já supera em 30% os níveis pré-pandemia. Um dado interessante que ele compartilhou foi o de que 85% dos passageiros em voos de São Paulo para a Europa são brasileiros, o que destaca a forte demanda do mercado nacional para destinos internacionais.
O CEO da CVC também falou sobre uma mudança de comportamento entre os consumidores, que estão cada vez mais trocando a compra de bens materiais por serviços, como viagens. Uma pesquisa do Sebrae, mencionada por Godinho, indicou que viajar pelo Brasil se tornou a prioridade número um de consumo das famílias brasileiras, superando até a compra da casa própria.
Godinho enfatizou a transformação digital pela qual a CVC está passando. Ele destacou que mais de 60% dos leads atendidos nas lojas da CVC hoje são gerados por campanhas digitais e que muitos clientes preferem ser atendidos por meio de plataformas como WhatsApp e Instagram, sem a necessidade de visitar fisicamente uma loja. Ainda assim, ele ressaltou que a experiência de compra de uma viagem é altamente emocional e relacional, o que mantém a importância do atendimento personalizado oferecido nas lojas.
A CVC, segundo Godinho, está em um momento de expansão, com a abertura de 300 novas lojas em 2024, tanto no Brasil quanto na Argentina, o que representa mais do que o dobro do recorde histórico de abertura de lojas da empresa. Ele mencionou que a CVC superou a marca de 1.250 lojas no Brasil e 150 na Argentina, e que a empresa está adotando novos modelos de lojas, mais econômicos e voltados para atender pequenas cidades e municípios.
Sobre o futuro da CVC, Godinho afirmou que a empresa está sendo preparada para os próximos 50 anos, com um modelo que combina o físico e o digital, permitindo que os clientes flutuem entre esses dois ambientes. Ele reforçou que, apesar das inovações tecnológicas, a CVC permanece fiel ao seu propósito como uma empresa de turismo, não uma empresa de tecnologia.
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