A Feira EBS 2025, realizada em São Paulo, consolidou-se mais uma vez como referência no debate sobre o futuro dos eventos corporativos e da hotelaria no Brasil. Um dos destaques desta edição foi a apresentação de uma pesquisa inédita sobre a maturidade ESG (Ambiental, Social e Governança) aplicada a 90 empresas do setor. O levantamento foi conduzido pela consultoria Criativista ESG4, em parceria com o Grupo R1.
Os dados, divididos em dois recortes — hotelaria e eventos —, revelam avanços importantes, mas também desafios significativos. No setor hoteleiro, os resultados mostram que ações como redução do consumo de água e energia, eliminação de plásticos de uso único e programas de reuso de enxovais já são realidade em 100% dos hotéis avaliados. Ações sociais e de diversidade também estão bem consolidadas. Por outro lado, práticas mais robustas, como monitoramento de emissões e compensação de carbono, ainda são pouco adotadas: apenas metade dos hotéis mede suas emissões de CO₂ e somente um deles realiza compensação.
Na indústria de eventos, a pesquisa seguiu os parâmetros dos 12 compromissos ESG da UBRAFE, alinhados às diretrizes globais da UFI. O levantamento revelou que 86,2% dos entrevistados valorizam fornecedores e parceiros que seguem práticas ESG e 69% acreditam que suas próprias empresas devem implementar os princípios nas operações.
Esses resultados foram debatidos durante o painel “Maturidade ESG em Eventos”, no Congresso MICE Brasil, com participação de Raffaele Cecere, CEO do Grupo R1; Paulo Ventura, diretor do Expo Center Norte; e Leandro Pimenta, CEO da tg.mob. A mediação ficou a cargo de Alexis Pagliarini, CEO da Criativista ESG4, que também liderou o estudo.
“Aos poucos, o ESG deixa de ser uma ação isolada e passa a fazer parte do planejamento estratégico das empresas. Esse é o caminho do ESG 2.0. Mas ainda há muitas organizações nos primeiros passos, o que reforça a importância de eventos como este”, destacou Pagliarini.
Os especialistas foram unânimes em afirmar que a evolução do ESG exige mais do que boas intenções — requer mudanças estruturais, governança sólida e uma atuação que vá além do marketing verde. A governança, aliás, foi apontada como o ponto mais crítico para a maioria das empresas, que ainda tratam sustentabilidade como uma ação pontual e não como parte da cultura corporativa.
“O ESG não é modismo. É uma exigência que vem do mercado, da sociedade e do planeta. E a Feira EBS cumpre seu papel ao trazer esse debate para o centro do nosso setor”, afirmou Marcello Baranowsky, CEO do Grupo EBS.
Com o sucesso da 23ª edição, a Feira EBS já confirmou sua próxima edição para os dias 27 e 28 de maio de 2026, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, prometendo aprofundar ainda mais as discussões sobre sustentabilidade, inovação e desenvolvimento no setor MICE e na hotelaria.
