Controladores de tráfego aéreo da França anunciaram greve para os dias 3 e 4 de julho, às vésperas do início das férias escolares de verão no país, o que pode gerar atrasos e cancelamentos em voos com origem, destino ou passagem pelo espaço aéreo francês. A paralisação foi convocada pelo sindicato UNSA-ICNA, o segundo maior da categoria, e conta com apoio do USAC-CGT, o terceiro maior. Juntos, os dois representam uma parcela significativa dos profissionais atuantes nas torres de controle francesas.
O movimento acontece em um momento crítico para o turismo europeu. As férias de verão na França começam no dia 5 de julho, e a expectativa é de alto volume de viagens aéreas em todo o continente. Segundo a Direção-Geral da Aviação Civil (DGAC), os dias de greve devem coincidir com alguns dos períodos mais movimentados do ano nos aeroportos.
A principal reivindicação dos controladores é o aumento do efetivo e reajuste salarial, além de críticas à gestão considerada “tóxica” e “autoritária” da aviação civil francesa. Embora o maior sindicato da categoria, o SNCTA, tenha decidido não aderir à greve, a atuação coordenada dos dois outros grupos pode provocar grandes transtornos, especialmente no dia 3, quando ambas as entidades confirmaram a paralisação.
Além dos voos com origem e destino na França, os chamados voos de sobrevoo – que atravessam o espaço aéreo francês a caminho de outros países – também serão afetados. Isso inclui conexões entre Espanha, Portugal, Bélgica, Marrocos e outros destinos populares de verão, muitos deles com forte demanda turística do Brasil e da América Latina.
A DGAC anunciará nos próximos dias quantos voos precisarão ser cancelados, e caberá às companhias aéreas a definição dos serviços suspensos. A recomendação para os passageiros é acompanhar os canais oficiais de sua companhia com atenção redobrada e considerar ajustes nos itinerários, caso estejam com voos marcados para os dias afetados.
Esta será a primeira grande greve dos controladores aéreos franceses desde 2024. No ano passado, protestos da categoria deixaram até 70% das aeronaves paralisadas e afetaram mais de 10 milhões de passageiros na primavera, segundo dados do Eurocontrol. Para mitigar os impactos, uma nova legislação exige que os trabalhadores comuniquem a intenção de greve com pelo menos 48 horas de antecedência, permitindo às autoridades ajustes operacionais preventivos.
O setor aéreo europeu já enfrenta um cenário de pressão, com greves recentes em outros modais e regras em discussão sobre bagagens de mão e direitos de passageiros. O impacto das greves francesas pode acirrar ainda mais os desafios logísticos e de confiança no período de maior movimento para o turismo internacional no continente.