A aviação civil no Sul do Brasil encerra 2025 com o melhor desempenho de sua história recente. Somente em outubro, os aeroportos da região registraram 1.178.785 embarques, número nunca alcançado desde o início da série histórica da Anac, há 25 anos. O resultado confirma a consolidação da retomada do transporte aéreo em Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — e, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, reflete também a confiança crescente dos viajantes na economia.
O desempenho de outubro supera tanto o volume pré-pandemia — 1,13 milhão de embarques em 2019 — quanto o registrado em 2024, ano marcado pelas enchentes no território gaúcho. O ministro Silvio Costa Filho destaca o peso desse avanço: “Alcançar o melhor resultado em embarques, em duas décadas, não é pouca coisa. Isso demonstra a confiança das pessoas na retomada econômica e a força do mercado de aviação na região Sul”.
Acumulado do ano supera recorde de 2019
A tendência positiva não se limita a um mês isolado. No acumulado entre janeiro e outubro, 10.945.746 passageiros embarcaram em aeroportos da região, ultrapassando o recorde anterior — 10,6 milhões, de 2019 — e ampliando de forma expressiva o número do mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 9,1 milhões de embarques.
Esse crescimento forte e consistente acompanha o dinamismo econômico da região, impulsionado por setores como o agronegócio, a indústria e o turismo de lazer. O avanço do poder de compra e o retorno das viagens corporativas têm colocado o transporte aéreo no centro da rotina dos sulistas, deixando de ser visto apenas como um serviço ocasional para assumir papel estratégico na mobilidade regional.
Aeroportos de Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis lideram o fluxo
No recorte por terminais, Porto Alegre mantém a liderança regional, com 2.912.768 embarques até outubro. Em seguida aparecem Curitiba, com 2.462.015 passageiros, e Florianópolis, que somou 2.046.119 viajantes no período.
Destinos turísticos e econômicos importantes também se destacam: Navegantes (927.294 embarques) e Foz do Iguaçu (918.409) seguem entre os mais movimentados. Maringá e Londrina, tradicionais polos do interior do Paraná, apresentaram números robustos ao longo do ano, com 356 mil e 293 mil passageiros, respectivamente.
Conexão com América do Sul reforça papel estratégico da região
A movimentação internacional evidencia outro diferencial da aviação no Sul: sua forte integração com os mercados vizinhos. Em outubro, o Chile foi o destino direto mais procurado, respondendo por 41% dos embarques internacionais. A Argentina aparece em segundo lugar, com 35%. Somados, os dois países representam mais de três quartos da demanda internacional da região, reafirmando o papel do Sul como hub natural para o Mercosul.
Completam o ranking dos principais destinos o Panamá (8,52%), Portugal (7,39%) e o Peru (4,64%). Os dados mostram que a malha aérea sulista se apoia cada vez mais em conexões diretas, reduzindo a necessidade de deslocamentos via outros grandes centros brasileiros e ampliando a competitividade da aviação regional.

