A agência meteorológica oficial do Japão divulgou um alerta para a possibilidade de um megaterremoto atingir o norte do país até a próxima semana. A medida foi tomada após o tremor de magnitude 7,5 registrado na noite de segunda-feira (8), que deixou ao menos 30 feridos e levou milhares de pessoas a deixarem suas casas.
Segundo Morikubo Tsukasa, representante do gabinete da primeira-ministra para preparação para desastres, há risco de um novo abalo de grande escala. “Com base nas estatísticas de terremotos que ocorreram em todo o mundo até o momento, existe a possibilidade de um terremoto de grande escala, com magnitude igual ou superior a 8, ocorrer ao longo da Fossa do Japão e da Fossa de Chishima, perto de Hokkaido, como consequência do terremoto da noite de segunda-feira”, afirma.
“Não há certeza se um terremoto de grande escala realmente ocorrerá. No entanto, todos devem atender ao alerta e tomar precauções para proteger suas vidas”, complementa.
Este é o primeiro aviso dessa categoria desde a criação do protocolo de alerta em 2022. O tremor ocorreu às 23h15 (11h15 no horário de Brasília), a 50 km de profundidade e cerca de 80 km da costa da região de Aomori. Houve registro de ondas de até 70 centímetros, mas os alertas de tsunami já foram cancelados.
Sanae Takaichi, primeira-ministra japonesa, orientou a população sobre os procedimentos de prevenção. “Reforcem seus procedimentos diários de preparação para terremotos, como garantir que seus móveis estejam seguros, e preparem-se para evacuar imediatamente caso sintam tremores”, declarou.
Ordens de evacuação foram emitidas para aproximadamente 90 mil moradores, segundo a Reuters. Cerca de 2,7 mil residências ficaram sem energia elétrica, e alguns serviços ferroviários no nordeste do Japão foram suspensos.
O governo instalou um gabinete de resposta emergencial. “Estamos fazendo todos os esforços para avaliar os danos e implementar medidas de resposta a desastres, incluindo operações de resgate e socorro”, informou Minoru Kihara, secretário-chefe do gabinete.
A Tohoku Electric Power informou que não houve irregularidades nas usinas nucleares de Higashidori e Onagawa. Autoridades também reportaram ausência de anomalias na usina desativada de Fukushima, afetada em 2011 pelo terremoto de magnitude 9,0 que resultou em tsunami e mais de 18 mil mortes.
O Japão registra cerca de 1,5 mil terremotos por ano por estar localizado em área de alta atividade sísmica. Em relatório recente, o comitê de investigação de terremotos do país indicou probabilidade entre 60% e 90% de ocorrência de um megaterremoto na Fossa de Nankai nos próximos 30 anos, cenário que poderia gerar danos bilionários e elevado número de vítimas.

