O Japão voltou ao centro das atenções após um terremoto de magnitude 7,5 atingir a costa leste de Aomori na noite de segunda-feira, desencadeando alertas de tsunami e levando o governo a emitir um aviso inédito de possibilidade de “megaquake” — tremor de magnitude igual ou superior a 8 — válido até 16 de dezembro. Trata-se da primeira vez que essa categoria de alerta é utilizada desde sua criação, em 2022, o que naturalmente gerou preocupação entre turistas e operadores.
O epicentro foi registrado próximo à região onde a ilha principal de Honshu se encontra com o extremo sul de Hokkaido. Segundo a Agência Meteorológica Japonesa (JMA), ondas sísmicas lentas e intensas foram sentidas em boa parte do norte do país. Apesar da força do tremor, não houve mortes, danos significativos à infraestrutura ou anomalias em usinas nucleares, conforme informou a emissora pública NHK.
Os alertas de tsunami para Iwate, Hokkaido e Aomori foram rapidamente reduzidos e suspensos ainda na madrugada de terça-feira. O transporte também sofreu impacto limitado: o Tohoku Shinkansen ficou temporariamente interrompido entre Morioka e Shin-Aomori, mas retomou o serviço poucas horas depois.
Contudo, a JMA identificou um padrão estatístico que sugere a possibilidade de tremores maiores ao longo das fossas do Japão (Japan Trench) e de Chishima, ao largo de Hokkaido — o que motivou o alerta preventivo. Em caso de um tremor mais forte, ondas de até três metros poderiam atingir partes da região.
O que o alerta significa para turistas
Hokkaido vive agora seu período mais movimentado, impulsionado pelo início da temporada de neve em resorts como Niseko e Furano. Em 2024–25, Niseko quebrou recordes, com mais de 11 milhões de passes utilizados e cerca de 2,2 milhões de visitantes. A expectativa para este ano era ainda mais alta, especialmente com previsão de inverno rigoroso devido ao fenômeno La Niña.
Apesar do tom alarmante do termo “megaquake”, autoridades ressaltam que não se trata de previsão, e sim de uma possibilidade estatística. Por isso, não foram impostas restrições de viagem ao norte do Japão. Voos, trens e ônibus operam normalmente, e até agora não há registros de danos, fechamentos ou cancelamentos em áreas turísticas ou estações de esqui.
Mesmo assim, autoridades recomendam que visitantes acompanhem atualizações oficiais e se familiarizem com orientações básicas de segurança.
Dicas de segurança para quem está em Hokkaido
Acostumado a forte atividade sísmica, o Japão possui protocolos amplamente difundidos e sistemas de alerta eficientes. Nos últimos dez anos, quase 2.000 terremotos de magnitude 4 ou superior ocorreram num raio de 300 quilômetros de Hokkaido, segundo o Earthquake List — o que torna a preparação parte do cotidiano.
Para viajantes, a Japan National Tourism Organization (JNTO) orienta:
Baixar o aplicativo Safety Tips, que emite avisos de terremoto, tsunami e condições meteorológicas em 15 idiomas;
Seguir recomendações locais e checar comunicados de embaixadas e consulados;
Em caso de tremor, adotar a regra “abaixe-se, cubra-se e segure firme”;
Se estiver dentro de edifícios, evitar janelas e manter-se no interior; se estiver ao ar livre, afastar-se de fachadas, árvores e fiação elétrica;
Nunca utilizar elevadores durante ou imediatamente após um terremoto.
Viagens continuam, mas com atenção redobrada
Para o trade turístico, a mensagem é de continuidade, mas com monitoramento constante. A temporada de inverno segue de pé e, até o momento, sem impacto direto nos resorts. Entretanto, como qualquer destino sujeito à atividade sísmica, é fundamental que viajantes recebam informações claras e atualizadas — algo que o Japão já cumpre com excelência.
Operadoras e agentes podem orientar clientes a manter aplicativos de alerta ativos, revisar planos de contingência e seguir instruções locais, garantindo que a experiência de viagem permaneça segura, mesmo em um cenário de atenção ampliada.







