O Latam Airlines Group detalhou, durante o Investor Day 2025, em Nova York, como a área comercial sustenta o crescimento rentável do grupo a partir de uma combinação de rede fortalecida, expansão da oferta premium e aceleração do programa de fidelidade.
Ramiro Alfosín, vice-presidente comercial da Latam, destacou que a companhia projeta receita de US$ 14,5 bilhões em 2025, com crescimento de capacidade (ASK) de 8% e aumento de 2% na receita por assento-quilômetro (RASK), sinal de melhora na qualidade do tráfego.
Segundo o executivo, a estratégia parte do potencial ainda subexplorado da América do Sul, região com cerca de 430 milhões de habitantes e apenas 0,6 viagem per capita, o equivalente a um quarto do índice dos Estados Unidos.
Alfosín lembrou que a demanda internacional latino-americana cresceu 14% em 2024 e que o Brasil desponta como o mercado doméstico de maior expansão em 2025, com consumidores mais dispostos a investir em experiências de viagem de maior valor, tanto no corporativo quanto no lazer de alta renda.
Rede doméstica e hubs estratégicos
A Latam lidera quatro dos cinco principais mercados domésticos da região, com participação de 66% no Chile, 67% no Peru, 51% no Equador e 41% no Brasil, cobrindo mais de 80% do PIB sul-americano e mais de 90% do tráfego total.
Em São Paulo/Guarulhos, que concentra 70% do tráfego internacional e um terço do doméstico no Brasil, a companhia já opera com frequência relativa 2,1, o dobro da do principal concorrente.
Em Lima, Santiago e outros hubs, a Latam também mantém posição múltiplas vezes superior à de rivais, o que favorece especialmente o passageiro corporativo.
Alfosín apontou que a prioridade é reforçar hubs estratégicos como Guarulhos, Brasília e Fortaleza, ao mesmo tempo em que Chile e Peru mantêm competitividade com ajuste fino de frequências de alto valor. Em 2026, a malha internacional será ampliada com novas rotas a partir de São Paulo para Amsterdã, Bruxelas e Cidade do Cabo, além de incrementos recentes como Quito–Miami e Guayaquil–Nova York (JFK).
Receitas premium, fidelidade e nova frota
No segmento de maior margem, as receitas premium mais que dobraram desde 2019 e devem crescer 14% em 2025, ritmo superior ao da receita total, impulsionado por Business e Premium Economy, que avançam 20% no ano. Iniciativas de precificação contínua, personalização de ofertas e otimização de receita total, apoiadas pela estrutura digital do grupo, elevam o aproveitamento de assentos de maior valor.
O Latam Pass reúne 53 milhões de membros, com 4 milhões de novos cadastrados em 2025. As transações e resgates de milhas cresceram 24%, com 35% de usuários efetivamente ativos, enquanto a base de clientes elite aumentou 22%. De acordo com Alfosín, esses passageiros gastam em média seis vezes mais que um cliente não fidelizado, e aproximadamente 30 mil assentos são resgatados por dia em voos da rede, reforçando a contribuição do programa para a rentabilidade.
Para sustentar a expansão, a Latam conta com uma carteira firme de 140 aeronaves. Em 2026, serão 41 entregas confirmadas, incluindo 26 narrowbodies, 12 Embraer 2 e três widebodies, o que deve gerar crescimento de cerca de 9% na oferta total e 12% na capacidade internacional.
A partir de 2027, os Airbus 321XLR permitirão conectar Lima e outros hubs a cidades secundárias na América do Norte e possivelmente na Europa, enquanto os Embraer 2 vão abrir oito novos destinos e 16 rotas, quatro delas exclusivas, ampliando a capilaridade sem perder disciplina de capacidade.

