A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), representada por seu presidente Eduardo Sanovicz, participou na terça-feira (5) de uma audiência pública extraordinária na Câmara dos Deputados para debater a precificação do querosene de aviação (QAV) no Brasil. O evento, solicitado pela deputada Jaqueline Cassol (PP-RO), ocorreu no âmbito da Comissão de Viação e Transportes. A política de precificação da Petrobras (também chamada de sistema de Preços de Paridade de Importação) foi o assunto principal da reunião, que teve como mediador o deputado federal Bosco Costa (PL-SE).

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“Vivemos um problema muito sério e bastante claro: o barril de petróleo subiu 48,4% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021. O QAV no ano passado subiu 91,7%, quase o dobro do petróleo, sendo um aumento de mais de 60% de janeiro a junho deste ano”, explicou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, durante a audiência. “O querosene não é comprado diretamente pelas pessoas, mas quem paga por esse aumento somos nós que compramos bilhete aéreo, pois no Brasil o querosene corresponde, em média, a 40% em média do preço de uma passagem, enquanto a média mundial é de 20 a 24%”, completou, destacando que a disparada do câmbio também impacta nos valores, pois a política de preços da Petrobras dolariza o QAV.

Além disso, Sanovicz cita que outros fatores críticos são a capacidade de consumo das pessoas que viajam a lazer – que não se recuperou totalmente dos efeitos da pandemia – e a capacidade de investimento das empresas de eventos, feiras e negócios, que também não está completamente recomposta. “Porque pagamos no combustível (que é produzido em 96% aqui no Brasil), o mesmo preço da produção de Dubai? Será que todos os custos estão colocados como deveriam?”, questionou.


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