Por: Antonio Euryco
O Grupo Accor anunciou hoje em sua sede, em Paris, a aquisição do portfólio de hotéis do Grupo Posadas na América Latina, incluindo os estabelecimentos em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e outros em um total de 15 estabelecimentos em funcionamento pleno e outros 14 em construção. Também os hotéis de Buenos Aires (Argentina) e Santiago (Chile) fazem parte da relação. O preço total da negociação foi de US$ 275 milhões.
Com a compra dos hotéis Posadas, incluindo as bandeiras Caesar Park e Caesar Business, o Grupo Accor passa a contar com165 hotéis no Brasil, com mais de 26 mil leitos. Na América do Sul tem 201. Aos 34 anos de atuação e maior grupo de hotelaria estrangeira no Brasil, a cadeia francesa pretende contar com 250 estabelecimentos até 2015. Cerca de 80 projetos estão em desenvolvimento.
Roland de Bonadona, diretor geral do grupo frances para o Brasil e América Latina, comemorou a concretização do negócio salientando que os hotéis administrados pelo grupo Posadas terão um rápido encaixe na rede Accor. Em coletiva realizada à tarde, juntamente com os executivos do Posadas no Brasil, detalhes complementares do negócio foram relacionados.
A expansão em mercados emergentes foi um dos fatores determinantes para este negócio, ainda mais que, em maio, o grupo frances se desfez da cadeia Motel 6 no mercado americano, faturando US$ 1,9 bilhão. Em junho adquiriu outra rede, a australiana Marvic. Agora, soma mais de 4,5 mil em 90 países.
Mesmo fechando negócio com a principal rede mexicana, a Accor não deixará de continuar investindo no pais azteca, onde conta com 9 estabelecimentos e deverá contar com mais 13 nos próximos dois anos.
Jorge Carvalho, diretor de operações do grupo Posadas no Brasil justificou a saída do mercado da América do Sul como uma dedicação maior e reforço de operações do mercado mexicano. Na Cidade do México, porém, o anuncio da venda reflete que a situação financeira e econômica do grupo Posadas obrigou a tal, a dívida atual é de US$ 430 milhões.
Há justificativas: houve a crise de 2008, a influenza H1N1, a quebra da Mexicana de Aviación (adquirida em 2005 e que está completando dois anos no chão) e tais acontecimentos levaram à uma situação necessária de reestruturação do grupo que nasceu em 1971 com o Fiesta Palace no Paseo de La Reforma, em 1983 tornava-se a principal cadeia hoteleira mexicana e no final de 1998 chegava ao Brasil e Argentina, estendendo-se em ambiciosos projetos pela América do Sul depois de um ingresso bastante efetivo também nos Estados Unidos.
(*) atualizada às 17h15
AE