
A previsão da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, em inglês) é que o setor aéreo brasileiro recupere totalmente sua demanda doméstica em 2022. Com níveis de outubro em 84% do que era praticado em 2019, a atividade aparenta superação dos principais obstáculos da pandemia. Um dos pontos para isso é a segurança sanitária do modelo de transporte.
Para Dany Oliveira, diretor geral da Iata no Brasil, o panorama da retomada se mostra mais resiliente no âmbito interno. O índice citado de recuperação da demanda é uma das boas novidades para o próximo ano.
“A Iata trabalha para a retomada da demanda em todo o país, com mais viagens nacionais e internacionais. Somos a forma mais segura de transporte porque atuamos em alinhamento com o setor e com governos na implementação de melhores práticas, padrões globais e medidas de biossegurança”, diz.
Além disso, o executivo afirmou que o pior momento da crise aérea já passou, sendo importante, especificamente ao Brasil, eliminar “âncoras”. “Esta pandemia mostrou como é difícil viver em um mundo com o transporte aéreo limitado e restrito”, complementa.
Para Peter Cerdá, vice-presidente regional da Iata para as Américas, a América Latina e Caribe já restauraram, em novembro, a conectividade aérea internacional para 82% dos níveis pré-crise. Segundo ele, a compreensão do vírus e a capacidade de resposta a ele são os principais fatores para retomada e desenvolvimento do setor.
Iata: outras discussões
Jurídico
Segundo Ricardo Bernardi, consultor jurídico da Iata no Brasil, em 2019, o Brasil registrou uma ação para quase dois voos (1,8), enquanto os Estados Unidos registraram uma ação para cada 12 voos.
“O barateamento do conceito do dano moral e a criação de mercados oportunistas – websites fomentadores de litígios, entre outros fatores, têm contribuído para a judicialização do setor, que pode e deve ser combatida, seguindo as melhores práticas e tratados internacionais”, afirma Bernardi. “Se este já era um gargalo do setor, neste momento de retomada ele se torna ainda mais sensível e relevante”.
Sustentabilidade
Com a meta de alcançar emissões de carbono líquido zero até 2050, a associação acredita na evolução tecnológica do setor, com novidades tanto em combustíveis quanto aeronaves.
“Este é o momento perfeito para estimular e desenvolver uma indústria de combustíveis sustentáveis para aviação, que irá criar empregos, oportunidades de desenvolvimento de economias locais, apoiar a aviação no cumprimento de seus compromissos, fornecer segurança energética e combater as alterações climáticas”, afirma Marcelo Pedroso, diretor de Relações Externas da Iata Brasil.