Derivado do latim “negotium”, combinando o prefixo “neg” (advérbio de negação), do latim “negare”, ao termo OTIUM (folga, ócio), a palavra NEGÓCIO tenta, à sua maneira, expressar o “NÃO-ÓCIO”; isto é, quando se pratica um trabalho qualquer que não é associado ao lazer, mas sim a uma atividade econômica, comercial ou outra que, no seu âmago, visa obter qualquer forma ou modalidade de lucro.

Ou seja, NEGÓCIO tem a ver com atividades relacionadas a compras e vendas e literalmente procura caracterizar a “ausência de folga”, no qual se pratica qualquer tipo de “negociação”.

NEGÓCIO pode significar uma transação comercial (troca, mercância, etc.), uma atividade comercial (uma ocupação, profissão, emprego, ofício), uma “negociação” (acordo, pacto, convênio, etc.), um estabelecimento (loja, bazar, armazém, butique, etc.), um empreendimento (comercial, industrial e similares), uma empresa (firma, sociedade, organização, etc.), ou até mesmo uma pendência, um litígio, um conflito, etc.

Já ouvi a mesma palavra inserida em diversas expressões e contextos do nosso dia-dia: “que negócio é esse”, “tire esse negócio de cima da mesa”, “me traz este negócio aí”, “pega este negócio e jogue-o no lixo”, “este negócio não me cheira muito bem”, “não gostei deste negócio”, “que negócio estranho é esse”, “certamente, trata-se de um negócio da China” (negociação em que se leva vantagem; um acordo muito proveitoso), “é um negócio das Arábias” (um negócio atípico, de teor extraordinário ou extravagante), “um negócio de pai para filho” (um negócio que não visa lucro) e por aí vai quando não se sabe dar nome para algo (coisa, troço, lance, trem, objeto…).

Se nos aventuramos na história, poderemos descobrir que o comércio teve início com processos de troca (um ou mais bens e/ou serviços trocados por outro ou outros bens e/ou serviços), sem o uso de uma moeda: esse processo se chamava “escambo”. Este “acordo” poderia eventualmente ser considerado um “negócio” entre as partes envolvidas.

Mas, “viajando na maionese” (como bem diria um conhecido meu), o processo de “negociação” pode ter surgido na chamada “pré-história”, quando o homem ainda vivia em cavernas: “negociando”, por exemplo, um pedaço de carne (adquirido para a sua alimentação) por um pedaço de pau ou uma pedra afiada (cada uma das partes deve ter acreditado na concretização de um “acordo/negócio”, com um resultado de benefício mútuo.

Acredito, sinceramente, que o processo de “negociação” teve a sua origem nos primórdios dos tempos (não só entre seres humanos, mas também entre animais). Certamente devem existir milhares de formas de se realizar um “negócio”. Quem atua no mundo das viagens e do turismo deve ter presenciado ou até vivido um número sem fim de negociações B2B ou B2C (“business-to-business” e “business-to-consumer”), imprescindíveis para o desenvolvimento de suas atividades profissionais.

Apesar de todas estas variantes na compreensão do termo, eu não estaria de todo errado em afirmar que o conceito tradicional da palavra “negócio” é aquele aplicado ao desenvolvimento de uma atividade ou um acordo (de caráter comercial ou outro) com finalidade lucrativa e mutuamente benéfica. 

Escutamos, com freqüência, pessoas dizerem: “montei um negócio próprio”, “montei um negócio com mais dois sócios”, “montei um negócio que não tem qualquer tipo de concorrência”, “montei um negócio altamente lucrativo”, “montei um negócio que, aparentemente, não tem riscos”, e por aí vai.