
“Pode parecer clichê, mas é a pura verdade. O show tem de continuar.” A citação de Richard Ambrose, vice-presidente sênior de Entretenimento da Norwegian Cruise Line, deu o tom da coletiva de imprensa promovida pela armadora para detalhar os bastidores da “Embark NCL Spotlight”, série de produções musicais que estreia seu segundo episódio amanhã (17/12).

Em uma só tacada, a empresa ajuda a classe artística, cria uma vitrine de sua oferta de entretenimento e oferece um produto premium – e gratuito – a clientes e parceiros. “A pandemia tem sido trágica para o Turismo e para a indústria de cruzeiros. Mas ela é catastrófica para a indústria do entretenimento, especialmente o entretenimento ao vivo. Não existe trabalho”, lamenta Ambrose.
O primeiro show oferecido nesse formato foi “The Choir of Men – Live from London”, apresentado diretamente dos palcos do Reino Unido, em novembro, e transmitido via streaming para uma audiência global. Ambrose comemora os números, que chegaram a mais de 500 mil espectadores apenas na semana de estreia.
“Live from Broadway” é o segundo show nesses moldes. O espetáculo estreia amanhã, às 23h, para clientes e parceiros da holding. No dia seguinte, o conteúdo estará disponível em uma aba dedicada ao projeto, hospedada no site da NCL. A produção inclui um pot-pourri das produções musicais em cartaz nos navios, incluindo “Kinky Boots”, “Footlose” e “Priscilla Rainha do Deserto”, entre outras.

Ambrose explicou que o formato mesclou as produções em si com relatos dos artistas sobre os tempos de confinamento e suspensão de trabalhos. Alan Mingo, cantor de Kinky Boots, participou do bate-papo que reuniu jornalistas do mundo todo e resumiu a sensação de estar de volta aos palcos depois de seis meses. “Finalmente consegui cantar novamente e trabalhar com outros músicos. É só quando começa a ensaiar que você se dá conta do quanto realmente perdeu nesse tempo. Atores, cantores e dançarinos… Especialmente dançarinos se exercitam enquanto se apresentam e a pandemia acabou com isso”, pontua.
Sobre cantar e dançar para um teatro vazio, ele disse não se importar. “Eu seu que as pessoas irão assistir depois. Nossa arte é feita em colaboração e os ensaios nos trouxeram de volta à realidade depois de março, quando tudo no nosso mundo parou”, afirmou.
Bolha de segurança
Para garantir a segurança do elenco e da equipe de apoio, a NCL usa o conceito de bolhas de segurança. Os ambientes são fechados e frequentados exclusivamente pela equipe que é testada e monitorada o tempo todo. Para o show que estreia amanhã, o elenco utilizou a estrutura do Norwegian Creative Studios em Tampa (EUA), complexo com quase 10 mil metros quadrados de área. O alojamento de toda a equipe é feito em um mesmo complexo residencial e o transporte também tem cuidado especial.
Em entrevista ao Brasilturis Jornal, Estela Farina, diretora geral da NCL no Brasil, comemorou a novidade e o alto engajamento do País na apresentação do primeiro episódio. “O Brasil representou o quinto maior público”, disse. Ela credita o sucesso à saudade de estar a bordo. “Nos contatos com agentes de viagens e passageiros frequentes, percebemos que todo mundo está doido para embarcar novamente”, comenta.

Ela ressalta que o musical não é uma adaptação, mas uma produção exclusiva. “Como ainda não podemos estar juntos em um navio, trouxemos a experiência para levar à casa de cada um. Ao mesmo tempo em que damos esse presente aos nossos clientes, também trazemos alento à classe artística, aproveitamos os talentos e criamos experiências que remetem às boas memórias a bordo”, define.
Segundo ela, a série Embark será expandida com conteúdos explorando outros aspectos – como a gastronomia, por exemplo -, para destacar os bastidores da vida em um navio. “Essas histórias serão contadas sob o ponto de vista de quem está a bordo. Criamos uma ligação humana que reforça nossa conexão, para além do institucional. Faz parte do momento que estamos vivendo”, finaliza.