Mulheres no ar

Março é o mês em que intensificamos as conversas sobre equidade de gênero, isso porque é nele que celebramos o Dia Internacional da Mulher (8). Existem algumas versões que justificam a escolha da data, porém a origem vem das diversas manifestações de organizações femininas oriundas de movimentos operários, as quais desde o início do século 19 protestavam pela melhoria das condições de trabalho das mulheres em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Mas a data só foi oficializada em 1977 quando foi reconhecida pelas Nações Unidas.

De lá para cá muita coisa melhorou, mas ainda existem muitas outras a melhorar. Como por exemplo a representatividade de mulheres em alguns setores do turismo majoritariamente masculinos, como por exemplo a aviação.

Vejam alguns números comprovam esse cenário: das pessoas que possuem licença para voar no Brasil, mulheres são 3% enquanto homens 97%. Na categoria de piloto de linha aérea (aeronaves comerciais de passageiros) as mulheres são menos de 2%.

Apesar desse número ser tão baixo, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de mulheres com licença para voar como piloto comercial de avião subiu 64% de 2015 a 2018. Ou seja, esses números mostram o aumento da consciência das mulheres em querer ocupar esse posto, mas, ao mesmo tempo, a falta de um ambiente inclusivo não as possibilita atuar na área ainda.

No segundo episódio da nova temporada da Diversificando eu falei com profundidade sobre isso quando entrevistei a Cristiane Dart, gerente sênior de marketing da Sita nas Américas e vice-presidente de Comunicação e Marketing da Associação Internacional de Mulheres na Aviação (Iawa – na sigla em inglês) e também com a Nicole Lorca, líder de Comunicação, Eventos e Relações Públicas na Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta – na sigla em espanhol). Se você perdeu, acesse o conteúdo no site do Brasilturis Jornal.

Nessa edição eu trouxe um exemplo de superação nesse setor para nos inspirar: a primeira aviadora a ingressar no quadro de pilotos da Varig e da Emirates Airlines. Kalina Milani é cofundadora e presidente de honra da Associação das Mulheres Aviadoras do Brasil (Aviadoras), que é a primeira associação de mulheres pilotos e profissionais da aviação do Brasil.

Assista a entrevista para o Divesificando:

A Kalina compartilhou comigo sua trajetória profissional que é recheada de foco, determinação e superação de barreiras. Desde pequena ela sonhava em ser aviadora, e sua mãe teve papel fundamental para ajudá-la a nutrir esse sonho. O apoio familiar é essencial para a construção de meninos e meninas livres do peso sexista, os quais se tornarão adultos que acreditarão que podem exercer a profissão que desejarem, independente do seu gênero.

Outro pilar essencial para a equidade de gênero no corporativo, é a consciência das mulheres de que elas são protagonistas de suas carreiras. Ao ouvirmos a trajetória da Kalina entendemos como é importante um plano de carreira visionário. Ela estudou nos Estados Unidos, ao retornar começou a trabalhar na Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) como guia turístico, posteriormente se tornou comissária de bordo na Luftansa e na Varig. Durante tudo isso se manteve estudando para tirar seu Brevê (permissão para pilotar) e todas as habilitações necessárias para se tornar uma piloto.

Quando ela finalmente estava totalmente capacitada tecnicamente, ela encontrou um mercado totalmente machista e fechado para profissionais mulheres, havia somente duas mulheres pilotos no mercado brasileiro, na Vasp. A história dela poderia ter parado nesse ponto, se ela não tivesse resiliência e se uma nova liderança não tivesse entrado na gestão da empresa em que ela estava, a qual abriu portas para a entrada das mulheres. Kalina então pode participar da seleção para piloto e passou com honrarias. Isso mostra o quanto uma liderança inclusiva é importante.

Kalina hoje usa sua experiência para ajudar jovens aviadoras a não passarem pelas mesmas dificuldades que ela, para isso ao lado de outras grandes profissionais, ela fundou a Aviadoras, a qual tem a “missão de fomentar, promover, contribuir e apoiar a mulher em busca de sua realização como aviadora e profissional no meio aeronáutico, oferecendo, dentre outros benefícios, mentorias, capacitações, e apoio em geral. Essa união é um exemplo do que chamamos de ‘Sororidade’”, que é a ideia de solidariedade entre mulheres, que se apoiam para conquistar a liberdade e a igualdade que desejam.

“Juntos(as) somos mais forte”, finalizou Kalina.

E eu te chamo a fazer parte dessa corrente de força, doe o que você tem! Bora mudar o mundo!

Ouça a entrevista:

Últimas notícias

No terceiro dia da Convenção Schultz, agentes visitam o Jardim Botânico e Morretes; veja fotos

No terceiro dia da XVII Convenção Schultz, neste domingo...

Schultz apresenta novidades para agentes de viagens na XVII Convenção em Curitiba

Aconteceu neste sábado (29), no Centro de Convenções do...

Schultz reforça segurança financeira e estratégias para proteção nas vendas

Curitiba (PR) - A XVII Convenção da Schultz, realizada...

Durante a XVII Convenção da Schultz, Jalapão e Chapada das Mesas são apresentados

Curitiba (PR) - A XVII Convenção da Schultz, realizada...

Vital Card apresenta novos em planos e coberturas na XVII Convenção da Schultz

Curitiba (PR) - A XVII Convenção da Schultz, realizada...

Tópicos

spot_img

Relacionados