Após a suspensão temporária da compra da ITA Transportes Aéreos, Galeb Baufaker Junior, CEO da Baufaker Consulting, confirmou a fundação de sua própria companhia aérea, nesta segunda-feira (23). A Baufa Air, nome comunicado previamente pelo executivo, tem previsão de começar a voar entre seis e oito meses.
Em entrevista exclusiva à reportagem do Brasilturis Jornal, o empresário confirmou que já iniciou os trâmites para colocar a Baufa Air em curso. O prazo para início da operação está atrelado aos processos de regularização da empresa junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com o Certificado de Operador Aéreo (COA).
A Baufa Air, com consultoria aeronáutica completa da empresa norte-americana Blu Miles, entra na aviação brasileira com capital integralizado de R$ 150 milhões. O valor provém de direitos creditórios de Galeb, isto é, direitos correspondentes aos créditos que a empresa tem a receber.
“O negócio está em um ritmo extremamente positivo e 85% efetivado. Iniciaremos, na próxima semana, negociações com empresas para o leasing inicial de três ou quatro aeronaves”, explicou. Ainda não se sabe em qual aeroporto a aérea vai operar, mas o executivo adianta que o primeiro escritório ficará em Moema, próxima ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Segundo ele, o modelo dos primeiros aviões da Baufa Air devem ser A320, da Airbus. No entanto, a companhia não descarta a negociação por modelos da Embraer ou A220.
“Estou com apoio da mão de obra especializada e isso só reforça minha determinação. Eu acredito no projeto e, além disso, a aviação é um mercado apaixonante. Não estou fazendo isso por rentabilidade ou lucro. Quero transportar as pessoas e essa é uma grande responsabilidade”, afirmou.
Baufa Air: reparação
O interesse de Galeb Baufaker na aviação ficou conhecido pela negociação envolvendo a ITA Transportes Aéreos. No entanto, a persistência da burocracia envolvendo os problemas financeiros do Grupo Itapemirim fizeram com que o emprésario desistisse nas últimas semanas, da compra.
“Começamos as tratativas com a Anac, mas o ‘não-negócio’ foi desencadeado, principalmente, pela eliminação do COA da ITA. Já que sem a certificação não seria possível operar, a própria agência sugeriu que outra empresa fosse fundada. Este foi o ponta pé inicial para tirar a Baufa Air do papel”, contou Baufaker.
Mesmo confirmando o cancelamento, o empresário reforça que mantém planos que envolvem ex-funcionários e viajantes da ITA. Em mais uma oportunidade, então, ele reforça que pretende “repatriar” parte dos colaboradores que integravam a aérea.
“Cerca de 130 mil pessoas foram prejudicadas pela suspensão das operações da empresa em dezembro. Com a Baufa Air, ainda tenho como prioridade auxiliá-las, seja com recolocação dos profissionais ou reembolsos aos passageiros. Vejo isso como um dever e, de quebra, um bom exemplo de Marketing de fidelização. Para mim, eles não são apenas números”, concluiu.
Galeb afirmou que, até agora, 60% dos funcionários que eram da ITA já estão em processo de contratação pelo modelo Pessoa Jurídica (PJ). O restante do quadro pode ser reintegrado aos poucos, com a operação da Baufa Air ganhando mais corpo.
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