O setor de viagens corporativas manteve seu ritmo de recuperação e fechou o terceiro trimestre de 2022 com um faturamento de R$ 3,3 bilhões, 11,6% superior ao mesmo período de 2019, antes da pandemia. Conforme estudo realizado mensalmente pela Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas (Abracorp), nove dos 11 setores pesquisados no mercado superaram seus desempenhos quando comparados com 2019.

De janeiro a setembro, o faturamento está cada vez mais próximo de 2019. No período, neste ano, o faturamento chegou a R$ 8,138 bilhões, contra R$ 8,563 bilhões nos nove meses de 2019. Já o faturamento de setembro deste ano alcançou R$ 1,1 bilhão, contra R$ 996 milhões no mesmo mês de 2019. O destaque em setembro foi o segmento aéreo, que faturou R$ 778 milhões, 65,86% do total da receita do setor, acima 22,32% em relação ao valor obtido em setembro de 2019.

“O segmento aéreo internacional começa a consolidar uma recuperação também. Embora alguns destinos ainda estejam com oferta razoavelmente menor, enquanto tivemos no 2º tri 2022, uma queda de 35% em relação a bilhetes emitidos no mesmo período de 2019, o 3º tri 2022 já apontou um distanciamento bem menor (-27%), refletindo essa recuperação”, diz Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.

O volume de bilhetes emitidos ainda é inferior a 2019. No mês passado, a emissão de tíquetes para viagens internacionais ficou 26% abaixo do mesmo mês de 2019. No caso das viagens áreas nacionais, o faturamento foi 16% superior comparando os mesmos períodos, mas a emissão de bilhetes foi 27% inferior. Conforme a Abracorp, o aumento das passagens aéreas explica o bom desempenho no faturamento mesmo com redução na emissão de bilhetes.

Tanabe lembra, porém, que essa diferença no número de transações já era prevista no pós- pandemia. “Já era uma variação esperada, até em função das mudanças comportamentais das pessoas e das empresas. Mas vale salientar que a recuperação das viagens decorrentes de eventos corporativos está retomando com força. E isso está fazendo uma diferença muito positiva”, diz. Além disso, a oferta ainda não está 100% recuperada aos níveis de 2019. Principalmente no segmento internacional.

Abaixo alguns segmentos que tiveram destaque no mês de setembro:

  • O volume do segmneto rodoviário, que faturou aproximadamente R$ 2,3 milhões em setembro de 2022, 148% superior ao de setembro de 2019;
  • O segmento hoteleira faturou R$ 295 milhões, 12,23% acima de setembro de 2019;
  • Cruzeiros faturaram R$ 437 mil contra R$ 243 mil em setembro de 2019;
  • Com relação aos empregos, o setor ainda tenta se recuperar. O segmento de viagens corporativas chegou a perder em torno de 50% dos empregos entre 2019 e 2021. Mas, neste ano, já se verifica uma retoma dos empregos.

Um dos principais desafios no setor é como enfrentar os altos custos impostos pela tecnologia no setor. A disponibilidade de conteúdos torna-se cada vez mais complexa no cenário da inclusão digital, se por um lado oferece importantes benefícios como a agilidade e segurança nas transações, por outro, os custos nesse ecossistema são, cada vez mais, crescentes. E o uso intensivo da tecnologia não implica em redução de mão de obra em serviços, como ocorre no setor indústrial” diz Tanabe.


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