A pandemia da covid-19 é considerada um marco de união no setor de turismo, mas no que diz respeito a questões de comissionamento e paridade de preços entre hotéis (venda direta) e agências de viagens, os ruídos ainda persistem. Os temas foram abordados durante o Abav MeetingSP, realizado no Blue Tree Premium Paulista, em São Paulo, nesta quinta-feira (17).
O primeiro painel do Abav MeetingSP teve a participação de Carolina Gaete (Accor), Cristiane Roquetti (Atlantica), Erilton Junior (Blue Tree) e Magda Nassar (Abav Nacional) como moderadora. A Presidente da Associação trouxe à tona os temas delicados que deixaram claro a disparidade que ainda persiste entre os dois setores.
“Existem no Brasil mais de 70 mil CNPJs ativos de agências de viagens, muitos não associados à Abav, que querem entender como se aproximar das redes e vender mais, com condições de paridade de mercado”, disparou Magda.
A questão gerou um debate mais acalentado sobre distribuição (GDS) e tecnologia, onde as agências podem acessar as diárias e quartos disponíveis de maneira online, além da diferença de comissionamento para operadoras e agências e temas relacionados e incentivos para a venda por meio de agência, como a paridade de preços entre todos os canais.
Dificuldades e alternativas
Um fenômeno abordado durante o painel foi o fato de que a mensuração do share de vendas, pelo menos das redes participantes do debate, ficou difuso após a pandemia. As vendas das OTAs (Booking, Expedia, Hoteis.com e etc.), por vezes, é contabilizada junto da de agências de lazer ou corporativas, dificultando a análise de dados para ações assertivas.
“Hoje é muito difícil precificar as diárias. Antes o cliente vinha por uma agência corporativa com grandes contas, e as demais de lazer, mesmo com as OTAs. Atualmente, todo mundo compra de todo mundo”, disse Cristiane Roquetti, gerente regional de Vendas da Atlantica, reforçando que as agências devem buscar na tecnologia e nos canais de distribuição soluções com maior custo-benefício.
“Vamos adereçar quais são os principais gargalos das agências com os hotéis para que possamos tratar ao longo do tempo e incentivar as vendas por meio dos parceiros”, salientou Carolina Gaete, diretora Global de Vendas da Accor, destacando o volume de diárias emitidas por agências.
“A diária pode ser vendida pelas OTAs, mas eventos, restaurantes e outros serviços não. Cabe aos agentes trabalharem essas frentes para fomentarem as vendas de maneira qualificada e agregar valor”, disse Erilton Júnior, gerente Geral de Vendas e Marketing do Blue Tree.
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