O uso de medicamento contínuo é premissa de uma grande parcela de brasileiros, mas será que é possível levá-los em viagens? Sim, é possível. Rafaela Sarturi, farmacêutica da plataforma Consulta Remédios (CR), explica sobre os cuidados que as pessoas precisam ter ao transportar medicamentos em viagens e o que fazer para que os remédios não sejam danificados.

O primeiro alerta de Rafaela é para que os viajantes estejam atentos às regras de cada uma das companhias aéreas, sobretudo se houver algum voo internacional. “Diferentes nações podem impor restrições particulares à importação de determinados medicamentos, e estar ciente dessas normativas é essencial para evitar surpresas desagradáveis ao chegar ao destino. Por exemplo, a dipirona, que é amplamente utilizada no Brasil, é proibida nos EUA e alguns países da Europa. Então antes de viajar, seja um paciente crônico ou não, é preciso ficar de olho nessas restrições”, diz ela.

Receita na mão e no celular

A dica de ouro para não ter problemas é levar a receita dos medicamentos nas viagens. O Brasil é um dos países que mais se automedica, e apresentar a prescrição médica é sempre a maior garantia que o viajante pode ter. “Além disso, é importante pedir mais de uma via da receita para o médico, caso precise, assim como providenciar a prescrição na língua do seu destino de origem”, diz ela. Para facilitar, é possível contar com a receita digital. “Hoje a receita digital é amplamente utilizada e é um recurso muito prático, pois você não precisa de várias vias, apenas um único arquivo PDF assinado digitalmente pelo médico responsável basta. Muitos países não aceitam receitas de outros países, mas ter uma prescrição de um médico facilita o caminho, e a receita digital, que pode ser acessada pelo celular, facilita mais ainda”, conta ela.

Transporte

Além da prescrição médica, a farmacêutica lembra que o armazenamento correto para o transporte dos remédios é muito importante, e que práticas como levar somente o necessário, em suas embalagens originais e com nota fiscal são também modos de assegurar que a pessoa tenha acesso ao medicamento durante toda a viagem. “Diabéticos e asmáticos, por exemplo, devem ficar atentos às quantidades estipuladas de seringas, agulhas e bombinhas pelas autoridades. Da mesma forma, se informar se as aeronaves possuem câmara fria, caso seja necessário”, lembra ela.

Já para quem está pensando em transportar os medicamentos na bagagem de mão é preciso saber que remédios líquidos, como xaropes, normalmente são permitidos até 100 ml, nas embalagens originais. “É uma medida de segurança que também garante conformidade com as normas e garante o mínimo de um tratamento durante a viagem”, finaliza Rafaela.