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Negócios no ar

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Leonardo Fiuza, presidente da TAM Aviação Executiva. Foto: Rodrigo Cozzato/Divulgação

No cenário desafiador da pandemia de covid-19, empresas e empresários reagiram de maneira surpreendente, optando por expandir suas frotas de aviões e até mesmo helicópteros devido às restrições nos voos comerciais em todo o mundo. O que inicialmente parecia ser uma demanda pontual revelou-se uma tendência contínua e crescente. 

A aceleração dessa demanda durante a pandemia pode ser atribuída à busca por alternativas seguras, tanto sob o ponto de vista sanitário quanto econômico, diante do lockdown das companhias aéreas. Viajar em aeronaves menores tornou-se a opção preferida para longas distâncias, destacando a adaptabilidade do setor diante dos desafios impostos pelo cenário pandêmico.

Segundo dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), o Brasil conta com uma frota de cerca de 10 mil aeronaves executivas, o que evidencia notável crescimento médio de 5% ao ano. Em um cenário de retomada, as estatísticas revelam um aumento significativo no número de decolagens do setor, com um crescimento de 40% em 2022 em comparação a 2020 e 15% em relação a 2019. 

Voos para delegações esportivas 

Considerando as dificuldades apresentadas pela situação de covid-19, a Sideral, dedicada exclusivamente a voos fretados, experimentou um aumento expressivo na demanda. Alguns meses deste ano, inclusive, registraram aumento três vezes maior do que o mesmo período de 2019, e o setor esportivo foi um dos principais motores de crescimento. 

A empresa atendeu praticamente todos os clubes de futebol do Brasil, apresentando seus serviços em meio à ascensão dos clubes e ao crescente interesse em oferecer condições de transporte superiores. Além disso, a Sideral desempenhou um papel fundamental nos momentos críticos da crise sanitária ao auxiliar no transporte de vacinas e oxigênio para o Norte do País, se revelando essencial para a situação crítica.

Samuel Pezzini, coordenador comercial da Sideral, antecipa que a contínua expansão continuará fazendo parte da empresa em 2024. Um dos principais motivos é a recente parceria estabelecida com a ViagensPromo, uma colaboração focada em oferecer algo único e exclusivo ao mercado e que atendem destinos premium. A resposta rápida do mercado com a venda ágil dos pacotes contratados pela Sideral demonstra o potencial impactante dessa proposta.

Crescimento acelerado

Desde o início da pandemia, a demanda por aeronaves novas e seminovas registram aumento significativo. Com as restrições de voos comerciais e a necessidade de honrar compromissos, empresas têm optado por investir na compra de aeronaves ou recorrido ao fretamento.

A Tam Aviação Executiva relata que o setor de aviação executiva notou vigoroso aquecimento nos últimos dois anos, refletindo uma tendência positiva de amplitude. Por isso, a agenda de entrega de aeronaves programada para os próximos 18 a 24 meses e de helicópteros no período de 12 a 18 meses ressalta a solidez desse mercado. 

“Estamos muito animados, após o desempenho da empresa nos últimos dois anos. O mercado continua aquecido e temos helicópteros e jatos com entrega agendada para daqui há dois anos. Oferecemos o maior e mais versátil portfólio de produtos e serviços no mercado de aviação executiva do País. Nós temos revisado toda a jornada do cliente, investindo em tecnologia para oferecer uma empresa cada vez mais ágil e moderna”, revela Leonardo Fiuza, presidente da Tam.

O setor de fretamento e táxi aéreo da empresa registra uma alta desde 2021, indicando a preferência crescente por soluções mais ágeis e personalizadas de transporte aéreo.

No Centro de Serviços, os resultados também são expressivos. O atendimento a mais de 200 aeronaves diferentes por ano em serviços de manutenção e o triplo aumento nas vendas de peças no varejo, em média, são indicadores do crescimento substancial.

“Estamos nos redesenhando para nos tornarmos uma empresa sustentável, trabalhando para reduzir os impactos ambientais e promover a conscientização ambiental dos colaboradores, clientes e fornecedores. Essas são as tendências no setor: segurança, atendimento personalizado e uma empresa que segue a agenda ESG”, destaca Fiuza. 

Aviação executiva e a aviação geral

A aviação geral abrange uma ampla gama de operações, incluindo voos particulares, táxis aéreos, voos de instrução, voos agrícolas, resgate aeromédico, entre outros. Essa diversidade reflete a adaptabilidade desse setor às diferentes necessidades.

Enquanto as companhias aéreas comerciais focam em aeronaves de grande porte, a aviação geral utiliza desde pequenos aviões monomotores até helicópteros e jatos executivos. Isso permite atender a uma variedade de demandas de transporte.

“O setor de aviação geral no Brasil tem um gigantesco potencial de crescimento. O tamanho continental e a frágil infraestrutura terrestre de transporte podem ser atendidos e supridos com esses aviões ágeis, econômicos, seguros, de fácil manutenção e cada vez mais presentes no cotidiano de empresários e empresas, como um modal de transporte econômico e simples.” revela Gervasio Tanabe, diretor executivo da LTN Brasil e sócio da Aerotec/Tecnam no Brasil.

A International Civil Aviation Organization (ICAO) projeta que, até 2030, serão necessários 517 mil pilotos em todo o mundo, com uma demanda anual de 52 mil novos comandantes. No Brasil e em escala global, a profissão de piloto comercial permanece altamente requisitada.

Recentemente, a empresa Tecnam demonstrou iniciativa ao se reunir com a Secretaria Executiva de Desenvolvimento Econômico do estado de São Paulo. O objetivo do encontro foi estudar maneiras de estimular o setor, reconhecendo a importância da aviação geral e executiva na formação de profissionais qualificados para os céus do futuro.

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