O mercado de viagens gerou R$189,5 bilhões de receita em 2023, segundo a FecomercioSP, representando um aumento de 7,8% em relação a 2022. Somente as viagens corporativas faturaram cerca de R$7,3 bilhões em janeiro de 2024, uma margem positiva de 5,5% em relação a 2023, segundo levantamento da FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev). Os dados indicam que o segmento de turismo se prepara para retornar aos níveis pré-pandemia, com a previsão da Onu Turismo de que essa marca seja atingida ainda em 2024.
Neste contexto, as travel techs, empresas que oferecem soluções tecnológicas para a indústria de Turismo, têm desempenhado um papel crucial na transformação digital do setor. A segunda edição do Mapa das Travel Techs Brasileiras revela que o Brasil possui atualmente 205 travel techs em atividade, distribuídas em onze categorias: Tecnologia para outros players (24,4%), Mobilidade (17,6%), Experiências (13,2%), Agenciamento e reservas online (12,2%), Eventos (8,8%), Gestão de Viagens Corporativas (6,8%), Despesas corporativas (5,4%), Serviços para viajantes (4,4%), Hospedagem (3,4%), Programa de fidelidade (2,4%) e Benefício corporativo (1,5%).
Estas empresas têm facilitado atividades como check-in, busca por roteiros turísticos e operações de câmbio via aplicativos, impulsionando a criação e o desenvolvimento de empresas inovadoras no setor. A maioria das travel techss (70%) possui até 50 funcionários, com 36,1% delas operando com até 10 funcionários. Empresas com 100 ou mais colaboradores representam apenas 14,2% dos negócios em operação.
“Temos um setor ativo, digitalizado e apto para escalar. Entre as startups do país, as que oferecem soluções para o segmento de viagens ainda são poucas e, em sua maioria, jovens e tocadas por times mais enxutos. Dado o tamanho do mercado de turismo brasileiro e seu potencial de expansão, não seria exagero dizer que estamos diante de uma grande oportunidade de mercado”, destaca Marcelo Linhares, CEO e cofundador da Onfly, uma das maiores travel techs B2B da América Latina, responsável pelo desenvolvimento do estudo.
Segundo Linhares, a inteligência artificial está impactando todos os setores, mas há questões “mais simples” a serem resolvidas no turismo, como cancelamento e remarcação de voos via APIs, e check-outs em hotéis sem filas, com tecnologia simples que pode melhorar a vida do viajante.
Recorte regional
O Mapa das Travel Techs Brasileiras mostra que o Sudeste concentra 72,2% das startups do setor, com São Paulo abrigando mais da metade (109) delas. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 24 travel techs. A região Sul concentra 16,6% das startups de turismo, destacando-se Santa Catarina com 17 empresas, o terceiro estado com mais travel techs no país.
“O mercado de turismo corporativo é grande e possui muitas ineficiências devido à baixa adoção de tecnologia. Muitas empresas ainda pedem cotação de passagem por e-mail e fazem reservas de hotel por telefone. Esse atraso cria um mercado com muitas oportunidades de disrupção, e em 10 anos, provavelmente será completamente diferente, assim como aconteceu com o mercado de mobilidade com Uber, 99, e apps de delivery como iFood e Rappi, e o próprio mercado de viagens com Booking e Airbnb”, finaliza o CEO da Onfly.
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