Gramado (RS) – Turismo regenerativo, produtos locais e destino de origem como estratégia de marca foram os temas que marcaram a primeira manhã de programação do Connection Terroirs do Brasil 2024, que teve início nesta quarta-feira (28). O evento, que segue até o sábado (31), promove a valorização de produtos com Denominação de Origem (DO) e Indicação Geográfica (IG), destacando o valor dos selos para o desenvolvimento da região – assim como para o turismo.

Abrindo a agenda de painéis, Higor Freitas, gerente executivo da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan) e Hulda Oliveira Giesbrecht, coordenadora de Negócios de Base Tecnológica e PI do Sebrae nacional, conversaram sobre o desenvolvimento do turismo por meio dos produtos de origem.

Há 20 anos no Sebrae, Hulda explicou que o tema não é novidade e o Brasil tem potencial para desenvolver bons produtos. “Esse potencial pode ser desenvolvido reforçando o turismo e capacitando os produtores locais”, explicou durante o primeiro painel do Connection.

O primeiro registro de Indicaçao Geográfica ocorreu em 2002, pelo Vale dos Vinhedos, localizado no Rio Grande do Sul. Para Hulda, a Indicação Geográfica (IG) não se cria, é algo que se descobre e reconhece. E, segundo ela, como resultado da obtenção do selo de IG há a criação de novos mercados, maior faturamento dos produtores e aumento do índice de felicidade da comunidade.

Em seguida, Higor Freitas trouxe a expertise da produção do Queijo da Canastra, que começou a ser produzido para subsistência dos moradores e hoje fomenta o turismo na região formada por sete municípios.

Bernardo Cardoso, diretor de Turismo de Portugal no Brasil

Bernardo Cardoso, diretor de Turismo de Portugal no Brasil, subiu ao palco tratando sobre ter a origem Portugal como uma estratégia de marca. O país, que teve seu primeiro portal de turismo em 1998, já foi eleito por três anos consecutivos como melhor destino turístico da Europa pelo World Travel Awards. “Elaboramos uma estratégia voltada para o turismo que envolve valorizar o território, impulsionar a economia e focar nas pessoas”, afirmou.

“Não se constrói um destino sem saber o que tem de bom nele. É preciso ter propósito”, destacou Cardoso sobre o país que já alcançou, em termos de receita, em 2024 o valor de previsto para 2027 de acordo com o planejamento estratégico feito em 2017. “Devemos chegar no final deste ano com algo em torno de 23 milhões de pessoas e mais de 30 milhões de turistas”, destacou.

“Investimos em campanhas que proporcionam viagens e visitas ao interior do país, destacando territórios e aldeias antigas. Além de valorizar aspectos como o enoturismo, gastronomia e literatura”, detalhou Cardoso.

Voltando ao Brasil, o Connection Terroirs levou ao palco alguns cases de IGs. Dentre eles, destaca-se o estado do Paraná, que conta com 18 produtos com Indicação Geográfica e outros 12 em avaliação.

Mabel Guimarães, gestora estadual das Indicações Geográficas do Sebrae Paraná, comentou sobre o trabalho de manter as origens do estado. “Por meio das Indicações Geográficas a gente mantém vivas as origens do Paraná, como a bala de banana Antonina, que marcou presença em muitas gerações”, pontuou. “Nos inspiramos na França, cujo território se equipara ao tamanho do sul do Brasil. Eles tem mais de 900 Igs registrados e nosso desejo ecobrir todo nosso território”, completou Mabel.