O turismo doméstico no Brasil registrou um avanço significativo em 2023, com 97% das viagens realizadas por brasileiros tendo como destino localidades dentro do país. Ao todo, foram 21,1 milhões de viagens, um crescimento de 71,5% em relação a 2021, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério do Turismo.
O setor movimentou R$ 20 bilhões na economia, representando um aumento de 78,6% em comparação com os R$ 11,3 bilhões registrados em 2021. Celso Sabino, ministro do Turismo, atribui esse crescimento às iniciativas governamentais, como o Programa Conheça o Brasil, que visa facilitar o acesso a passagens aéreas e pacotes turísticos, além de incentivar o turismo cívico.
De acordo com a pesquisa, 20,4 milhões de brasileiros viajaram em 2023, com a maioria das viagens (85,7%) motivada por razões pessoais. O lazer foi o principal motivo, representando 38,7% das viagens, seguido de visitas a familiares e amigos (33,1%). Entre aqueles que viajaram a trabalho (14,3%), a maioria (82,4%) fez isso para negócios ou atividades profissionais.
O segmento de sol e praia foi o mais procurado por turistas de lazer, representando 46,2% das viagens. A busca por natureza, ecoturismo e aventura representou 22% das escolhas, enquanto o turismo cultural e gastronômico cresceu, atingindo 21,5%, frente aos 16% observados em 2021.
Destinos e perfil dos viajantes
Os dados da Pnad Contínua mostram que o Rio de Janeiro liderou como origem das viagens de lazer (55,1%), seguido pelo Distrito Federal (54%), São Paulo (48%) e Santa Catarina (45%). No Nordeste, Pernambuco foi o estado com maior percentual de moradores realizando viagens (40,2%), enquanto no Norte, Roraima liderou com 41,6%.
Quanto ao perfil econômico dos viajantes, 46% das viagens foram realizadas por pessoas com renda per capita de quatro ou mais salários mínimos. Para aqueles com renda abaixo de meio salário mínimo, o percentual de viagens foi de 11,6%.
A pesquisa também analisou os gastos dos turistas, mostrando que a hospedagem foi o maior item de custo, com uma média de R$ 1.563 por viagem. Alimentação (R$ 621), transporte (R$ 544) e compras (R$ 523) foram outros grandes gastos. Os turistas provenientes do Nordeste registraram os menores gastos médios (R$ 1.170), enquanto os destinos da própria região Nordeste apresentaram os maiores custos médios, com R$ 2.321 por viagem.
Quanto às preferências de hospedagem, a maioria dos turistas (41,8%) optou por ficar em casas de parentes e amigos, e as viagens de curta duração (1 a 5 pernoites) representaram 52,6% do total de deslocamentos em 2023.
Com a recuperação do turismo doméstico, o governo espera dar continuidade às políticas de incentivo, visando ampliar ainda mais os números e a movimentação econômica. As melhorias na conectividade aérea e a facilitação de crédito para o turismo são apontadas como principais focos para manter o crescimento nos próximos anos.
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