São Paulo (SP) – O 8º Expo Fórum Visite São Paulo foi palco do painel “Turismo de Raízes: Origens e Destinos”, que destacou a força do turismo cultural e de raízes no Estado de São Paulo, reunindo especialistas de diferentes áreas para debater o tema. Participaram Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels; Khaled Mahassem, diretor da operadora de turismo Lynden; Marina Martello, cofundadora da Done Emigrazione Italiana; e Henrique Trindade, coordenador do Educativo e de Formação do Museu da Imigração e Museu do Café.
Durante o debate, os participantes discutiram como a valorização das heranças culturais e históricas pode impulsionar o turismo e criar experiências autênticas que conectem visitantes às suas origens. Chieko Aoki destacou a relevância da cultura japonesa e o potencial de 2025, ano que marcará os 130 anos do Tratado de Amizade entre Brasil e Japão e os 117 anos da imigração japonesa no país. A executiva enfatizou o interesse dos japoneses por destinos que preservam a natureza, como águas termais e áreas rurais.
“Os japoneses adoram a natureza em seu estado mais natural, sem exploração. Eles valorizam experiências culturais, como folclore, gastronomia típica e visitas a ferrovias. Ano que vem será fantástico, com muitos japoneses explorando o interior de São Paulo”, comentou Chieko, ressaltando a importância de documentar as belezas do Brasil em formatos que atendam ao olhar detalhista do turista japonês.
Marina complementou, destacando a receptividade brasileira como um atrativo único para turistas italianos. “São Paulo é um verdadeiro diamante. Temos uma gastronomia semelhante à italiana, mas com toques brasileiros que encantam os visitantes. O italiano só precisa descobrir o Brasil para se apaixonar”, afirmou.
A cofundadora da Done Emigrazione Italiana também apontou o potencial do turismo de raízes para fortalecer as conexões emocionais entre descendentes e suas origens. “O Brasil é acolhedor, e o turismo de raízes pode ser uma ponte para explorar a história das famílias italianas e como elas se desenvolveram aqui”, avalia.
Para Henrique Trindade, os museus têm um papel central no resgate das histórias de vida e das conexões culturais. Ele destacou que o Museu da Imigração e o Museu do Café são espaços que vão além da preservação histórica, proporcionando experiências inclusivas para diferentes públicos.
“Nosso trabalho é ser o local onde a história das pessoas começa, seja de imigrantes internacionais ou nacionais. O acervo digital, por exemplo, permite que as pessoas explorem registros de suas famílias e entendam melhor suas raízes”, explicou. Trindade também destacou iniciativas de inclusão, como projetos educativos para escolas públicas e programas de acolhimento, que levam novos públicos a esses espaços culturais.
Khaled Mahassem abordou o turismo de raízes a partir da perspectiva libanesa. Ele destacou a relevância cultural e histórica da comunidade libanesa no Brasil, mencionando mesquitas, igrejas centenárias e construções típicas como atrativos turísticos. “Os libaneses têm grande interesse pelo interior e pelo turismo gastronômico. No entanto, questões como a exigência de visto dificultam um maior fluxo de visitantes do Líbano ao Brasil. Se esse obstáculo fosse superado, o potencial seria imenso”, afirmou Mahassem.
Os participantes concluíram que o turismo de raízes tem um enorme potencial de crescimento, especialmente quando aliado a estratégias de promoção cultural e infraestrutura inclusiva. Chieko Aoki reforçou a importância de estudar as preferências culturais de cada público e oferecer experiências personalizadas, enquanto Marina Martello destacou a necessidade de maior divulgação internacional do potencial de São Paulo. Henrique Trindade e Khaled Mahassem enfatizaram que, além de atrair turistas internacionais, é essencial trabalhar na valorização das histórias locais e na inclusão de diferentes públicos.
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