Logo após o almoço, Marco Ferraz, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil) palestrou sobre o tema Cruzeiros: um mundo de possibilidades na Abav MeetingSP , nesta quinta-feira (05), no Meliá Paulista. O executivo explicou para os presentes os motivos de fazer cruzeiro, sustentabilidade no mercado, números internacionais e nacionais e a importância dos agentes de viagens para vender os cruzeiros.
Cruzeiros em números
O número de cruzeiristas aumentou 107% desde 2019, último ano de pico antes da pandemia, somando 31,7 milhões. A previsão para 2024 é de 35 milhões e chegar até aproximadamente 40 milhões até 2028. O EUA correspondeu a 17 milhões de viajantes de cruzeiro, os brasileiros somaram 740 mil, porém com um crescimento de 30% com relação a 2019. No total, 3,5% de cruzeiros no mundo vem pra américa do sul. Destaque para Caribe, Bahamas e Bermuda com 40,7% e cruzeiro no Mediterrâneo somam 17,4%.
Foram gerados US$168 bilhões pelo setor de cruzeiro em 2023, um aumento de 9% de 2019. Foram gerados 1,6 milhão de emprego e seis a cada 10 viajantes retornam ao destino que fez o primeiro cruzeiro. 68% de entrevistados que responderam a pesquisa da Clia falaram que ficaram pelo menos uma noite no lugar de embarque.
Os números mostram que os cruzeiros têm conquistado cada vez mais adeptos, com 27% dos cruzeiristas de primeira viagem retornando para novas experiências, motivados principalmente pelo custo-benefício oferecido. Além disso, 11% dos viajantes de cruzeiros consideram exclusivamente o meio de transporte como opção de viagem. Entre os segmentos em alta, as expedições cresceram 71% de 2019 a 2024, refletindo o interesse por experiências diferenciadas.
As expectativas para os próximos anos são otimistas, de acordo com Marco Ferraz. Até 2036, serão mais 77 novos navios, com acréscimo de quase 200 mil camas e investimentos de US$61 bilhões. Até 2028, a capacidade mundial deve crescer em 10%.
Outro destaque é o perfil dos cruzeiristas: a média de idade mundial é de 46 anos, enquanto no Brasil é levemente menor, com 44 anos. O formato multigeracional também tem atraído atenção, com 28% dos cruzeiros realizados por famílias de três a cinco gerações, unindo avós, pais e filhos em experiências compartilhadas.
Impacto no Brasil
O setor de cruzeiros no Brasil alcançou números impressionantes, registrando um recorde de 844 mil passageiros e um faturamento de R$ 5,2 bilhões na última temporada. Cada real gerado no setor representa um impacto econômico de R$ 4,22. Com um ticket médio de R$ 5.200 e duração média de 4,7 dias por viagem, o segmento contribui significativamente para a economia local, especialmente nas cidades de escala, que recebem um impacto médio de R$ 668,91 por passageiro. Já nas cidades de embarque e desembarque, o impacto sobe para R$ 877.
A temporada atual conta com nove navios em operação, somando 203 roteiros, 36 mil leitos e 10 mil tripulantes, transportando uma média de 93 mil pessoas por navio. Além disso, o setor é responsável por gerar cerca de 80 mil empregos, reforçando seu papel como um motor de desenvolvimento econômico e social no país. Esses números destacam não apenas o crescimento do mercado, mas também a relevância do Brasil no cenário global de cruzeiros.
Importância do agente de viagem para vendas
O presidente da Clia ressaltou a importância dos agentes de viagens para as vendas de cruzeiros. “Os agentes de viagem têm um papel fundamental na experiência dos cruzeiristas, ajudando na escolha do navio, do roteiro, da cabine ideal e oferecendo informações que fazem toda a diferença, como evitar barulho ou garantir mais conforto. Além disso, os dados mostram que 73% das vendas de cruzeiros no mundo são realizadas por agentes, o que reforça sua relevância no setor. É um trabalho que não só assegura a satisfação dos clientes, mas também os inspira a planejar a próxima viagem, muitas vezes já dentro do navio”, explicou.
Junto com a importância dos agentes, Ferraz falou do motivo de ter cruzeiros no portfólio de vendas. Segundo ele, é fácil de comercializar, os clientes adoram e 82% querem voltar para uma nova viagem. Os clientes podem ter férias completas tudo em um só lugar e ainda tem diversas oportunidades de passeios por todo lugar que o navio passa.
Sustentabilidade
As companhias de cruzeiros estão trabalhando para melhorar a sustentabilidade e diminuir o prejuízo ao meio ambiente causado pelos navios. Reduzir as emissões de poluentes na atracação e durante a viagem, investindo em tecnologias, infraestrutura e eficiências operacionais. Entre as tecnologias utilizadas estão:
- Sistemas avançados de Tratamento de Água Residuais
- Reaproveitamento e redução de desperdício
- Sistemas projetados para proteger a vida marinha
- Eletricidade sustentável nos portos
- Conservação das águas
- Flexibilidade com combustíveis (Marco Ferraz acredita que serão utilizados diversos combustíveis dependendo da localidade)
- Sistema de limpeza de gases de exaustão
- Sistemas de Lubrificação a Ar e Revestimento de Casco (Essa mudança traz aproximadamente 15% de economia de combustível)
Cruzeiros de luxo
Marco Ferraz falou também sobre o mercado de luxo nos cruzeiros. A frota de cruzeiros de luxo ligados a Clia mais que triplicou e agora está em 97 navios em 2024, leitos aumentaram quase 300% desde 2010 para esse tipo de cruzeiro. São diversas experiências nos cruzeiros de luxo, como World Cruises, safaris, experiencias culinárias e explorações no polo norte e sul. É possível visitar as sete maravilhas do mundo e, se for em Mônaco, o cruzeirista pode visitar a Fórmula 1 e visitar o paddock das equipes de automobilismo.
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