A Aena realizou nesta quarta-feira (11) a cerimônia de pedra fundamental das obras de ampliação e modernização do Aeroporto de Congonhas, em Sâo Paulo (SP). O evento reuniu diretores da concessionária, autoridades e a imprensa no terminal para a apresentação do cronograma da construção do novo terminal de passageiros, pista de taxiamento, pátio de aeronaves e hangares. As obras totalizam mais de R$ 2,4 bilhões de investimentos e serão entregues ao longo dos próximos anos, até 2028.
Maurici Lucena, presidente da Aena, deu início à solenidade reforçando a relevância do evento para o setor. “Hoje é um dia muito importante para o aeroporto, São Paulo, e em uma medida significativa, para todo o Brasil. É também motivo de orgulho para a Aena, pois é o projeto mais complexo que a companhia já fez fora da Espanha, tanto em questões técnicas, como operacionais”, declara o executivo.
O presidente destaca o sucesso nas reformas realizadas nos aeroportos nordestinos, em especial o de Recife, mas salienta que as obras no terminal paulista são de outra magnitude. “A importância do Aeroporto de Congonhas é incontestável. Só não é maior que o de Guarulhos, sendo que atende apenas o mercado doméstico. Tal operação é muito mais complexa em um país de dimensões continentais, ainda mais considerando as particularidades do terminal, que se encontra em um perímetro urbano de alta densidade”, explica.
Em seguida, Santiago Yus, presidente da Aena Brasil, assumiu o palco para apresentar os atuais problemas do aeroporto, as soluções previstas para 2028 e o cronograma de obras. “Avaliamos os principais desafios operacionais do aeroporto e, a partir disso, elencamos uma lista de obras que devem melhorar a capacidade e eficiência operacional do aeroporto, bem como ampliar o conforto dos passageiros”, conta o executivo ao listar cada uma das obras:
- Readequação das pistas de táxi atuais
- Construção de uma saída rápida da pista 35L
- Novas pistas de táxi paralelas, com afastamentos adequados
- Nova pista de táxi dupla de acesso ao pátio de aeronaves
- Ordenamento do sítio aeroportuário, segmentando voos comerciais e executivos
- Novos hangares e pátios para aviação comercial
- Novo terminal de cargas
- Novo terminal de passageiros, integrado ao existente
Terminal de Embarque
Este último item, por sua vez, merece uma lista própria, considerando o número de mudanças e melhorias. O novo terminal terá mais de 100 mil metros quadrados, mais que o dobro que o atual, além de 19 novas pontes de embarque, substituindo as 12 atuais, além de 10 portões de embarque remoto, entre outras melhorias que visam agilizar os acessos.
Vale dizer que os espaços de embarque e desembarque serão separados e trocados entre si. “Reconhecemos que, ao chegar no aeroporto de carro, o desembarque vir primeiro que o embarque gera uma série de problemas logísticos. Por isso, invertemos suas posições, fazendo com que a área de embarque venha primeiro, com um novo e mais moderno salão de check-in e um píer mais amplo”, revela.
O atual terminal, tombado pelo Patrimônio Histórico, será preservado e revitalizado para acomodar o desembarque. Isso inclui um novo e mais eficiente sistema de processamento de bagagens, com mais esteiras de restituição, bem como novas salas VIP mais confortáveis e espaços corporativos, como escritórios e salas empresariais.
Para garantir ainda maior fluxo de veículos pelas vias de acesso, a Aena também projetou uma nova praça pick-up com 72 vagas para carros de aplicativos. A área de meio-fio terá um incremento de 250 metros para embarque e desembarque dos passageiros e haverá um acesso direto à futura estação de metrô da linha Ouro.
Cronograma
Considerando a magnitude e complexidade do projeto, somada a continuidade das operações normais do terminal durante o período, as obras serão realizadas em seis etapas.
Confira a seguir o cronograma preliminar de obras, com a duração e as principais atividades de cada fase:
Fase 1 (16 meses)
- Entrega de hangares provisórios para as companhias aéreas
- Demolições de edificações da área do pátio remoto
- Novos terminais de carga
- Intervenções nas pistas de taxiamento de aeronaves
- Construção de hangares definitivos
Fase 2 (cinco meses)
- Início da construção do píer do novo terminal de passageiros
- Revitalização e adaptação do hangar tombado
- Instalação de duas novas esteiras de bagagens
Fase 3 (cinco meses)
- Início da montagem de pontos de embarque do novo píer
- Início da montagem do novo sistema de controle e processamento de bagagens
- Conclusão da saída rápida da pista 35L
- Instalação de quatro novas esteiras de bagagens
Fase 4 (cinco meses)
- Finalização de obras no pátio remoto
- Instalação da sétima esteira de restituição de bagagens
- Finalização da ampliação da área de desembarque
Fase 5 (seis meses)
- Finalização das obras do novo terminal de passageiros
- Entrega de 16 das 19 novas pontes de embarque
- Conclusão das obras no pátio do pavilhão de autoridades
- Finalização da repavimentação das pistas de taxiamento
Fase 6 (seis meses)
- Homologação da Anac
- Instalação das companhias aéreas, lojas e restaurantes
- Início das operações do novo terminal
Algumas obras, porém, já tiveram início, como explica Kleber Meira, diretor do Aeroporto de São Paulo – Congonhas. “Com tantas demandas, não podemos esperar até 2028 para fazer todas as entregas. Existem muitas questões que podem ser resolvidas no curto prazo. Algumas já foram entregues nesse primeiro ano e muitas serão entregues nos próximos meses”, conta o executivo.
Entre elas, o reordenamento das vias e meio-fios, além da implementação de um bolsão de carros de aplicativos, nova área de embarque e louge de espera para carros de aplicativo. Tais mudanças, conforme demonstrou o diretor, resultaram em uma redução de 46% no trânsito do subsolo e de 25% no térreo. Além disso, a Aena também adquiriu dez novos ônibus 100% elétricos, reduzindo a emissão de poluentes, entre outras ações. Neste ano, a concessionária iniciou a ampliação da sala de embarque remoto e a reforma dos banheiros, que deve ser finalizada no primeiro trimestre de 2025.
A cerimônia, que terminou com o ritual de pedra fundamental no Aeroporto de Congonhas, também contou com a presença de Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, Tomé Franca, secretário nacional de Aviação Civil, Felicio Ramuth, vice-governador de São Paulo, e Elisabete França, secretária de Urbanismo e Licenciamento da Prefeitura de São Paulo, além de representantes de companhias aéreas da alta direção da Aena da Espanha e do Brasil.
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