A Arábia Saudita foi confirmada como sede da Copa do Mundo de 2034, tornando-se o segundo país do Golfo a organizar o evento após o Catar, em 2022. A escolha, anunciada pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, ocorre em um momento estratégico para o país, que busca impulsionar seu setor de Turismo como parte do plano Vision 2030.

O Vision 2030 prevê atrair 80 milhões de turistas domésticos e 70 milhões de visitantes internacionais anualmente até o final da década. Para a Copa, a Arábia Saudita propõe um formato descentralizado, com cinco cidades-sede: Riyadh, Jeddah, Al Khobar, Abha e Neom. O modelo se diferencia da edição do Catar, que concentrou as partidas em uma única região, e aproveita os avanços em infraestrutura realizados nos últimos anos.

Críticas e desafios

Assim como ocorreu com o Catar, a Arábia Saudita enfrenta questionamentos relacionados a direitos humanos. Grupos como a Anistia Internacional alertaram para riscos de exploração de trabalhadores, discriminação e despejos forçados. Em resposta, o país comprometeu-se a implementar uma estratégia robusta de direitos humanos alinhada aos princípios da Onu e às exigências da Fifa.

A Fifa atribuiu à Arábia Saudita um índice de 4.2 em sua avaliação de candidatura, o mais alto já registrado. O relatório destacou a capacidade do país em termos de infraestrutura e sustentabilidade, mas classificou os direitos humanos como um risco médio.

Turismo e economia

A estratégia saudita inclui o fortalecimento do Turismo e o uso de eventos esportivos como motor econômico. Além da Copa do Mundo, o país vem atraindo grandes nomes do esporte como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, que atuam como embaixadores não oficiais da marca saudita.

Apesar das críticas ao que muitos chamam de “sports washing”, o príncipe Mohammed bin Salman defende a prática como uma forma de impulsionar o Pib nacional, com expectativa de crescimento de 1,5% proveniente do setor esportivo.

A Arábia Saudita enxerga a Copa do Mundo de 2034 como uma oportunidade para consolidar sua posição como centro global de turismo, cultura e negócios, enquanto busca equilibrar as críticas internacionais com reformas internas.