A fusão entre as companhias aéreas Azul e Gol, controlada pelo Grupo Abra, pode estar prestes a dar um passo significativo. De acordo com informações exclusivas do Valor Econômico, as empresas estão próximas de assinar um memorando de entendimento (MOU), instrumento que permitirá que as negociações sejam aprofundadas e os termos da possível fusão sejam detalhados.
A assinatura do MOU está prevista para ocorrer nas próximas semanas, com uma série de condicionantes que precisam ser cumpridas para viabilizar o acordo. “Esse memorando é fundamental para estruturar as discussões de uma união entre as duas companhias e definir os próximos passos”, afirmou uma fonte ligada às negociações, segundo a publicação.
Contexto das negociações
Nos últimos meses, as tratativas ficaram em segundo plano devido à renegociação da Azul com credores, mas com avanços nas discussões e a expectativa de conclusão ainda em janeiro, o tema voltou a ganhar força. Além disso, o andamento da recuperação judicial da Gol também tem contribuído para reacender o debate. A previsão é de que a reestruturação financeira da empresa esteja concluída até abril de 2025.
O mercado já observou sinais de aproximação entre as empresas. Em maio de 2024, Azul e Gol firmaram um acordo de codeshare que permitiu a venda de 40 rotas compartilhadas, ampliando as opções de viagens para clientes de ambas as companhias. A previsão é que outras rotas sejam incluídas gradativamente.
Outro avanço relevante para a fusão entre Gol e Azul foi o acordo firmado recentemente com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a Receita Federal, que reduziu significativamente as dívidas fiscais das empresas.
A Azul, que acumulava R$ 2,8 bilhões em débitos, e a Gol, com R$ 5,5 bilhões, somavam uma dívida conjunta de R$ 7,8 bilhões junto à União. Após o acordo, as companhias pagarão cerca de R$ 2 bilhões ao longo de 10 anos. A Gol deverá quitar R$ 880 milhões em 120 parcelas, enquanto a Azul terá um compromisso de R$ 1,1 bilhão no mesmo período.
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