Jerome Cadier, CEO da Latam Airlines Brasil, voltou a falar sobre a possível fusão da Gol e Azul. Durante coletiva de resultados do quarto trimestre de 2024, o CEO foi questionado sobre a possível união das companhias e respondeu que ainda é cedo para qualquer avaliação sobre a possível fusão entre Azul e Gol no mercado brasileiro.
O executivo comentou a proposta de combinação de negócios entre as companhias e ressaltou que o Memorando de Entendimento (MOU) divulgado recentemente ainda é genérico e incerto. “Esse MOU que foi divulgado há duas semanas é muito genérico e ele não vai vir. Então, muita coisa pode acontecer”, afirmou Cadier.
Para o CEO da Latam, não estão claros os detalhes da fusão nem as medidas de mitigação que Azul e Gol poderiam adotar para garantir a competitividade do setor. Ele destaca que, caso a fusão ocorra, a nova empresa poderia controlar 60% do mercado brasileiro, o que teria um impacto significativo em um dos maiores mercados da aviação mundial.
“É óbvio que é uma combinação de negócios de grande tamanho. Essa fusão criaria eventualmente um player com 60% do mercado brasileiro, que é o quarto maior mercado da aviação do mundo”, pontuou.
Cadier lembrou que fusões similares em mercados menores já foram rejeitadas por órgãos reguladores em outros países e acredita que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fará uma análise detalhada da proposta.
“A gente tem certeza que o Cade vai fazer uma análise aprofundada dessa proposta e vai propor medidas de mitigação. E é fundamental entender que essas medidas têm que buscar preservar a competitividade do mercado brasileiro”, afirmou.
O CEO da Latam também ressaltou a importância de manter um mercado competitivo, evitando impactos negativos para os passageiros, como menos opções de voos, tarifas mais altas e menor crescimento do setor.
“O que a gente não quer é um mercado mais concentrado, com menos opções para os passageiros, preços mais altos e menor crescimento. É isso que temos que evitar”, destacou.
Por fim, Cadier afirmou que o processo ainda está em estágios iniciais e que muitas mudanças podem ocorrer ao longo do ano antes de qualquer definição sobre a fusão. “Tenho certeza que o Cade sempre foi muito técnico e vai fazer uma recomendação ponderada sobre os efeitos que essa combinação de negócios pode ter”, concluiu.
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