O 20º Encontro do Setor de Feiras e Eventos (Esfe), realizado nesta terça-feira (18) no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo (SP), trouxe à tona discussões fundamentais sobre sustentabilidade e acessibilidade nos eventos. O painel “Sustentabilidade e Acessibilidade” reuniu especialistas que compartilharam iniciativas e reflexões sobre boas práticas e desafios na adoção de soluções sustentáveis e inclusivas.
Jose Fernandes Franco, da Rede dos Sonhos Hotéis Fazenda, abriu o painel apresentando um conjunto de iniciativas que unem sustentabilidade ambiental e inclusão social. “Investimos em todas energias limpas, principalmente a solar, mas também a eólica e biomassa, aproveitamos a luz natural, reciclamos resíduos, reutilizamos materiais para atividades de artesanato e decoração natalina. Contamos também com programas de redução do uso de plástico, frotas movidas a etanol, produção própria de alimentos, entre outras ações”, lista.
No campo da acessibilidade, Franco detalhou soluções inovadoras implementadas nos empreendimentos da rede, como elevadores de cabos para tirolesas, cadeiras adaptadas para trilhas, selas específicas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, chalés com canis, entre várias outras iniciativas. Segundo ele, as adaptações não apenas garantem inclusão, mas também geram vantagens para todos os públicos e impactam positivamente os negócios.
Fernando Beltrame, CEO da Eccoplan, enfatizou a importância da norma ISO 20121, que trata da gestão sustentável de eventos, destacando sua primeira aplicação nos Jogos Olímpicos de Londres. “Essa norma permite que olhemos não apenas para o evento em si, mas para todo o seu planejamento. Integrar os fornecedores nesse processo é essencial para garantir a transparência e a eficiência das práticas ambientais”, explica.
Patrícia Segato, head de Comunicação e Projetos Estratégicos na MCI Brasil, ressalta que sustentabilidade não é uma tendência passageira, mas um compromisso empresarial. Representando o projeto HSM+, Segato destacou o uso de plataformas globais para monitoramento de iniciativas ESG, incluindo segurança alimentar e saúde. “Nosso maior desafio é implementar essas práticas em eventos que lidam com líderes acostumados com excessos”, pontua, reforçando a importância da sustentabilidade como parte da cultura empresarial, levantando o questionamento: “Como posso reduzir o impacto e ainda gerar valor para o negócio?”.
Alexis Pagliarini, CEO e fundador da Criativista ESG4, contextualizou o debate sobre sustentabilidade do Esfe dentro de um cenário global e mencionou desafios impostos por novas políticas econômicas que questionam a relevância do ESG. “Tivemos recentemente declarações que colocaram um ‘X’ sobre o ESG, como se ele tivesse acabado”, alerta. “Empresas bem-sucedidas comprovam que princípios sustentáveis não são apenas uma questão de responsabilidade social, mas também de eficácia empresarial. Usar os princípios ESG é uma estratégia para ganhar dinheiro de forma consciente”, conclui.
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