São Paulo (SP) – Os eventos de incentivo estão ganhando força na América Latina, consolidando a região como um destino atrativo para o segmento corporativo. Esse foi o tom do painel “América Latina: Uma Fiesta de Incentivos”, realizado durante o Lacte 20, que teve início nesta segunda-feira (24).
O debate contou com a participação de Thais Medina, fundadora da Business Factory, como mediadora, e dos painelistas Verónica Pardo, subsecretária de Turismo do Chile, e Andrés Silva, cônsul comercial da Colômbia no Brasil. Os especialistas destacaram as oportunidades, desafios e as iniciativas que estão impulsionando o mercado de viagens corporativas na região.
Verónica ressaltou a crescente busca dos viajantes por experiências autênticas e significativas, um reflexo da transformação do setor após a pandemia. “As pessoas querem se conectar, tanto consigo mesmas quanto com propósitos e com a tranquilidade da natureza. No Chile, o luxo hoje é ter acesso às paisagens naturais e às culturas locais. O mesmo ocorre em outros países da região”, afirmou. Segundo a subsecretária, o turismo de incentivo deve se apoiar na diversidade natural e cultural da América Latina para se fortalecer globalmente.
Silva reforçou essa visão, apontando que a América Latina, historicamente, não tem sido reconhecida como um destino para eventos corporativos e viagens de incentivo. “Temos experiências diferenciadas e uma oferta única no mundo, mas ainda precisamos aumentar o reconhecimento internacional desse potencial. A pandemia abriu uma nova janela de oportunidade, pois as empresas começaram a perceber o valor de proporcionar experiências transformadoras aos colaboradores e parceiros”, explicou.
A sustentabilidade também foi um tema central no painel. Os palestrantes destacaram a necessidade de eventos mais sustentáveis, com deslocamentos mais curtos e uma maior integração com as comunidades locais. No Chile, por exemplo, há iniciativas de turismo regenerativo que visam não apenas minimizar impactos, mas também contribuir para a recuperação ambiental e social. “No sul do Chile, temos parques e reservas de água doce que são essenciais para a conservação ambiental. As experiências de incentivo podem incluir reflorestamento e atividades que promovam a conscientização ambiental”, exemplificou Verónica.
Na Colômbia, as estratégias voltadas ao turismo de incentivo envolvem a descentralização dos eventos, levando congressos e convenções para cidades menores, além das tradicionais Cartagena e Bogotá. “Nossa nova lei de turismo sustentável cria incentivos fiscais para eventos em destinos menos explorados. Queremos democratizar o turismo de incentivo, garantindo que ele beneficie diferentes regiões e comunidades”, destacou Silva.
Os painelistas também mencionaram a cooperação regional como um fator essencial para o crescimento do setor, destacando os esforços conjuntos entre os ministérios do turismo de vários países latino-americanos para promover a região como um destino unificado para eventos. “A sustentabilidade também envolve reduzir deslocamentos longos. Precisamos incentivar que grandes eventos e convenções internacionais olhem para a América Latina como um polo estratégico”, concluiu Verónica.
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