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Cidade subterrânea sob as pirâmides? Descoberta gera polêmica no Egito

Pesquisadores afirmam ter identificado estruturas ocultas em Gizé, mas especialistas questionam interpretação dos dados

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Possível cidade subterrânea sob as pirâmides é verdade? Foto: Vincent Brown via Wikimedia Commons

Um grupo de pesquisadores da Itália e da Escócia anunciou ter encontrado uma suposta cidade subterrânea sob as pirâmides de Gizé, no Egito. Utilizando tecnologia de radar de penetração no solo, a equipe identificou estruturas abaixo da Pirâmide de Quéfren, incluindo túneis, oito formações semelhantes a pilares e duas câmaras gigantes, cada uma com cerca de 80 metros.

A descoberta reacendeu o debate sobre o que poderia estar escondido sob a icônica Necrópole de Gizé, mas também gerou controvérsia. A comunidade científica se mantém cética, alertando para a necessidade de uma revisão criteriosa dos dados antes de qualquer conclusão definitiva.

Mito ou realidade? As “Salas de Amenti” e o fascínio pelo Egito

Entre os aspectos mais controversos do estudo está a possibilidade de que as formações subterrâneas estejam associadas às lendárias “Salas de Amenti”, descritas na mitologia egípcia como portais espirituais para outras dimensões. Embora a teoria desperte grande interesse popular, arqueólogos argumentam que não há evidências materiais que sustentem essa hipótese.

Nicole Ciccolo, porta-voz do projeto, afirmou que as estruturas descobertas sugerem um complexo oculto que se estende por mais de 1.980 metros. “Essas descobertas podem redefinir nossa compreensão da topografia sagrada de Gizé”, declarou Ciccolo em coletiva de imprensa.

A tecnologia utilizada na pesquisa, semelhante ao sonar empregado em mapeamentos submarinos, teria gerado imagens detalhadas do subsolo, sugerindo caminhos em espiral e possíveis conexões entre as três grandes pirâmides.

Ceticismo e falta de validação científica

Apesar do entusiasmo dos autores do estudo, especialistas pedem cautela antes de afirmar que há de fato uma cidade subterrânea. O arqueólogo Lawrence Conyers, da Universidade de Denver, destacou que a tecnologia de radar empregada tem limitações e dificilmente conseguiria alcançar profundidades próximas de 2 mil metros.

Zahi Hawass, renomado egiptólogo e ex-ministro das Antiguidades do Egito, foi ainda mais crítico, classificando o anúncio como “exagerado”. “Décadas de estudos utilizando equipamentos semelhantes nunca revelaram estruturas como as descritas. Sem validação científica e revisão por pares, trata-se apenas de uma teoria especulativa”, afirmou ao jornal The National.

O estudo ainda não passou por revisão independente nem teve seus dados disponibilizados para análise de outros especialistas. A expectativa é que isso ocorra nas próximas semanas, quando será possível confirmar ou refutar a existência da suposta cidade subterrânea.

Se os achados forem comprovados, a descoberta poderá redefinir o entendimento sobre a arquitetura e o simbolismo da Necrópole de Gizé. Caso contrário, será mais um exemplo de como as pirâmides seguem sendo fonte de mistérios, teorias e debates ao longo dos séculos.

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