O Rio Grande do Sul busca consolidar sua recuperação turística em 2025, após um período de desafios causados pelas enchentes que atingiram o estado no ano anterior. Durante a 29ª edição da Expo Turismo Paraná, Rodrigo Santos, representante da Secretaria de Turismo gaúcha, destacou o papel fundamental das agências e operadoras na retomada das atividades e no fortalecimento do destino no cenário nacional e internacional.
Segundo Santos, a expectativa da Setur-RS é que, a partir de abril, o número de ocupação nos voos para o estado se equipare a níveis alcançados pré-enchentes, mesmo com a quantidade de frequências inferior às apresentadas no início de 2024. “Em abril, nossa expectativa é alinhar os números de assentos para Porto Alegre e a ocupação da rede hoteleira com o patamar anterior às enchentes”, disse.
Para essa retomada, as agencias e operadoras de turismo são fundamentais. “É muito importante reaproximar e mostrar para as agências e operadoras que o estado está pronto: os hotéis estão funcionando, os parques estão abertos e temos infraestrutura com aeroportos e rodovias em pleno funcionamento”, ressaltou Santos, enfatizando que o Rio Grande do Sul está preparado para oferecer uma experiência segura e estruturada aos visitantes.
Entre as ações de promoção, o estado já iniciou eventos sazonais que marcam o calendário turístico. “Começamos com as programações de Páscoa na Serra Gaúcha, e agora estamos focados na chamada para a temporada de inverno, envolvendo destinos como Gramado, Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Canela”, explicou o representante. O objetivo, segundo ele, é estreitar o contato com o trade e garantir um retorno sólido em termos de negócios e networking.
Além do público brasileiro, o fluxo internacional também apresenta sinais promissores. Segundo Santos, o primeiro trimestre de 2025 já registrou recordes de turistas argentinos e uruguaios, especialmente na Serra Gaúcha, nas Missões e no litoral sul. “Antes, esses turistas tinham o hábito de atravessar o estado em direção ao litoral catarinense, mas agora estamos vendo uma presença em massa deles em destinos gaúchos, o que fortalece o turismo rodoviário e aquece a economia local”, afirmou.
O turismo aéreo também segue em ascensão. Mesmo sem a total recuperação do número de voos que operavam antes das enchentes, o estado celebra o aumento na ocupação dos voos e da rede hoteleira. “Em janeiro e fevereiro, tivemos uma alta de 10% a 15% na ocupação em Gramado, Canela e Nova Petrópolis em comparação ao mesmo período do ano passado, o que comprova o avanço do turismo aéreo”, apontou.
Dentro do Brasil, o maior mercado emissor ainda é o próprio público gaúcho, que representa entre 60% e 65% do total. Em seguida, destacam-se turistas de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Brasília. O Nordeste, embora em ritmo mais lento, também começa a despontar. “Por muito tempo, era mais barato viajar para os Estados Unidos ou Europa do que para o Rio Grande do Sul. Agora, com o ajuste das tarifas aéreas, estamos recuperando esse público e fortalecendo nossa posição no mercado nacional”, concluiu Santos.