Um vulcão entrou em erupção no sudoeste da Islândia nesta terça-feira (01), levando à evacuação de turistas no Blue Lagoon e de moradores de comunidades próximas. A fissura se abriu nas proximidades de Grindavík, cerca de 50 quilômetros a sudoeste da capital, Reykjavik. De acordo com a emissora nacional RUV, aproximadamente 40 residências foram evacuadas.
Os moradores já haviam deixado a maior parte da cidade, localizada na Península de Reykjanes, em 2023, quando o vulcão voltou à atividade após 800 anos adormecido.
Um conjunto de pequenos terremotos começou por volta das 6h30 (horário local) de 1º de abril, de maneira semelhante a erupções anteriores. A lava começou a ser expelida às 9h45, um pouco ao norte da barreira protetora de Grindavík, segundo o Escritório Meteorológico da Islândia (IMO).
Os alarmes começaram a soar às 10h, quando a fissura de lava alaranjada e vermelha alcançou as barreiras de defesa da cidade. O IMO informou que a fissura já tem cerca de 700 metros de extensão e que “não se pode descartar a possibilidade de que continue se expandindo em direção ao sul”.
“Equipes de emergência em Grindavík relataram que tremores de terra são sentidos na cidade, além de sinais visíveis de deformação, o que sugere a possibilidade de movimentação de falhas dentro da área urbana”, acrescentou o órgão.
Runólfur Þórhallsson, diretor de proteção civil da Islândia, afirmou que a erupção pode ser significativamente maior do que as recentes, pois o túnel de magma é mais extenso e há um grande acúmulo de material.
Islândia registra aumento na frequência de erupções
A Islândia está situada sobre um hotspot vulcânico no Atlântico Norte e, em média, registra uma erupção a cada quatro ou cinco anos.
Especialistas alertam que a atividade vulcânica na Península de Reykjanes entrou em uma nova fase, com um aumento significativo na frequência das erupções. Este já é o 11º evento do tipo desde 2021, quando o atual período de atividade vulcânica teve início.
Blue Lagoon fechado até novo aviso
O Blue Lagoon, uma das principais atrações turísticas da Islândia, foi evacuado, e seus hóspedes foram transferidos para hotéis próximos assim que ficou claro que a erupção era iminente.
O spa permanecerá fechado ao menos até 1º de abril, e a situação será reavaliada posteriormente, conforme comunicado publicado em seu site. Todos os visitantes com reservas para este período serão contatados.
Um alerta vermelho foi emitido para Grindavík e seus arredores, que permanecerão interditados até novo aviso.
As autoridades pedem que turistas respeitem as interdições e sigam as instruções locais, mantendo distância da região até que as condições sejam avaliadas, segundo o Safe Travel Iceland.
Em erupções anteriores, turistas e moradores ansiosos por ver o fenômeno de perto foram repetidamente alertados a evitar a área de Reykjanes.
Impacto nos voos
Embora ainda não tenha sido atualizado para a erupção mais recente, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido (FCDO) alerta que erupções e terremotos são comuns na Islândia devido às características geológicas do país.
“Em caso de erupção ou atividade sísmica mais ampla, siga as últimas orientações das autoridades”, diz o comunicado. O órgão recomenda que viajantes monitorem alertas e avisos do Escritório Meteorológico da Islândia, do Safe Travel Iceland e da página Almannavarnir no Facebook.
Os efeitos da erupção, até o momento, estão localizados e não afetaram o Aeroporto de Keflavík, principal terminal internacional da Islândia.
Embora nuvens de cinzas de erupções anteriores tenham causado grandes impactos no tráfego aéreo internacional, este evento não deve provocar interrupções significativas.