São Paulo (SP) – O turismo suíço vive um de seus melhores momentos no mercado brasileiro. Segundo Natália Leal, gerente de Marketing do Switzerland Tourism no Brasil, o país registrou em 2024 o maior crescimento já observado desde que o escritório foi inaugurado por aqui: um aumento de 21% no número de pernoites de brasileiros, totalizando mais de 330 mil noites em hotéis suíços ao longo do ano. O número representa uma alta de 40% em relação ao período pré-pandêmico de 2019, consolidando o Brasil como um mercado ativo e em expansão.
“Foi um crescimento histórico. E, embora não sejamos ainda um mercado prioritário como Estados Unidos ou China, o Brasil está muito bem posicionado aos olhos da Suíça. O turista brasileiro é valorizado pela qualidade da experiência que busca e pelo ticket médio elevado”, comenta Natália.
Para 2025, a meta da Suíça não é ampliar massivamente o volume de turistas, mas qualificar o perfil do visitante. A nova diretriz de comunicação segue o conceito Travel Better, que visa promover um turismo mais inteligente, sustentável e personalizado. A ideia é utilizar ferramentas de marketing e inteligência digital para conectar o turista certo ao destino e experiência ideais — respeitando o tempo de permanência, interesses e poder de compra.
Segundo Natália, o brasileiro ainda vê a Suíça, muitas vezes, como um país de passagem em roteiros pela Europa. A média atual de estadia é de três noites, com um gasto médio diário estimado em 240 francos suíços, um dos mais altos entre os mercados emissores internacionais.
“Queremos transformar a Suíça de um ponto de apoio para uma experiência de imersão completa. O país tem oferta para muito mais do que três noites, especialmente fora da alta temporada”, reforça.
Um dos pilares da nova estratégia suíça é a valorização do outono europeu, considerado uma estação subaproveitada em comparação ao verão. Embora o outono tenha três meses de duração, o fluxo turístico é semelhante ao do verão, que se restringe a dois meses. “É uma estação mais longa, com paisagens incríveis, clima ameno e menor fluxo de visitantes. Vemos aí um enorme potencial de crescimento”, explica Natália.
Para impulsionar a estação, o Switzerland Tourism lançou a campanha Grapescape, que convida os turistas brasileiros a descobrirem as vinícolas locais e mergulharem no enoturismo suíço — uma experiência quase exclusiva, já que 99% da produção de vinhos do país é consumida internamente. Entre os destaques, estão uvas como a Chasselas, da região de Lavaux, e o Merlot do cantão do Ticino, que oferecem rótulos que raramente cruzam fronteiras.
O Switzerland Tourism também tem apostado fortemente em tecnologias de marketing e segmentação de personas para refinar sua atuação com o público brasileiro. A proposta é mapear diferentes perfis de viajantes — como os que buscam experiências gastronômicas, trilhas e natureza, cultura ou bem-estar — e oferecer sugestões mais assertivas de roteiros, destinos e temporadas ideais.
Além da atuação direta com o cliente final, o órgão mantém sua presença ativa junto ao trade e à imprensa especializada, com ações de relacionamento, press trips e campanhas de mídia voltadas à valorização da imagem do destino no Brasil.