São Paulo (SP) – Miami segue consolidada como uma das portas de entrada mais relevantes para o turismo latino-americano nos Estados Unidos — e o Brasil, mais uma vez, se posiciona como um dos seus mercados prioritários. Segundo dados divulgados por Carolyn Corrigan, diretora de Vendas do Greater Miami Convention & Visitors Bureau, 254 mil passageiros brasileiros passaram pelo aeroporto internacional de Miami (MIA) nos seis primeiros meses de 2024. O número representa um crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2023.
“O Brasil é o nosso segundo maior mercado na América Latina, atrás apenas da Colômbia. Com esse ritmo, esperamos alcançar os níveis pré-pandemia até o fim do ano”, projeta Corrigan. Em 2023, o país já havia registrado crescimento de mais de 200% no fluxo de turistas brasileiros em relação ao ano anterior, segundo dados fiscais da entidade.
Entre os fatores que sustentam esse avanço está a forte identificação cultural dos brasileiros com o destino. “Miami é como uma segunda casa. Temos uma hospitalidade muito próxima à brasileira, além da diversidade cultural, praias, gastronomia e compras”, afirma a executiva.
A cidade tem buscado se reposicionar como uma oferta muito mais ampla do que apenas sol e consumo. Bairros históricos como Little Havana, Design District, Deco District e Coconut Grove ganharam protagonismo no marketing institucional. A infraestrutura também passa por modernização: o centro de Miami recebe novos empreendimentos como o World Trade Center, a Apple Store mais sustentável dos EUA e o aguardado Freedom Park Stadium, estádio do Inter Miami com capacidade para 25 mil pessoas e inauguração prevista para o primeiro trimestre de 2026.
Atualmente, Miami conta com cerca de 66 mil quartos de hotel. Mas esse número deve crescer nos próximos anos com a chegada de marcas de luxo como Bulgari, que abrirá sua primeira unidade nas Américas em Miami Beach, além de novas unidades do Mandarin Oriental, Grand Hyatt (que será o primeiro hotel anexo ao centro de convenções da cidade) e diversos projetos na região de Brickell Avenue.
O segmento de cruzeiros também se fortalece. Em abril, foi inaugurado o MSC World America, navio com capacidade próxima a 10 mil pessoas entre passageiros e tripulação, que alternará itinerários de sete noites pelo Caribe oriental e ocidental. Em 2026, será a vez do Norwegian Cruise Line Luna estrear.
Já a Cunard estreia pela primeira vez o navio Queen Elizabeth no PortMiami, entre setembro de 2025 e abril de 2026. O terminal da MSC em Miami, considerado o maior do mundo, é capaz de processar até 35 mil passageiros por dia, reforçando a posição da cidade como capital mundial dos cruzeiros, com mais de 8,5 milhões de passageiros anuais.
Além da crescente infraestrutura, Miami será sede de jogos da Copa do Mundo de Clubes neste verão americano, com presença de clubes brasileiros, e já se prepara para receber partidas da Copa do Mundo Fifa 2026.
Para Corrigan, essa agenda diversificada e a capacidade da cidade de atrair diferentes perfis de viajantes ajudam a consolidar Miami como um destino completo. “Estamos reforçando junto ao mercado brasileiro que Miami vai muito além de uma escala ou uma estadia curta. É um destino que merece ser explorado com tempo, com foco em cultura, esportes, cruzeiros e gastronomia de alto padrão”, destaca.
Para manter a proximidade com os profissionais brasileiros, o Greater Miami CVB segue investindo em capacitações, treinamentos e ações presenciais, como as missões comerciais organizadas no país. A representante da entidade no Brasil é a Imaginadora Representações, que lidera as estratégias de aproximação com operadoras e agentes de viagens locais.
“O Brasil tem uma ligação emocional com Miami. Nosso trabalho é reforçar essa conexão com informações atualizadas, capacitação e ações de marketing. Queremos que o brasileiro veja Miami como um destino plural e não apenas um local de passagem”, finaliza Corrigan.
