O Grupo Latam Airlines anunciou, durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (28), o fim da parceria comercial com a Voepass. Segundo Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, a decisão foi tomada para concentrar esforços no mercado doméstico tradicional, operado principalmente com aeronaves da família Airbus A320, adiando os planos de expansão para cidades de menor porte.
“Ao encerrar a parceria com a Voepass, estamos voltando nosso foco para o mercado que já operamos com nossa frota principal. Ainda vemos potencial de crescimento em algumas cidades que podem ser atendidas com os aviões da família A320”, afirmou Cadier durante coletiva de imprensa sobre resultados do primeiro trimestre de 2025.
O executivo destacou que, embora o grupo ainda avalie a possibilidade de, no futuro, incorporar aeronaves de menor porte para atender o mercado regional, não há planos imediatos nesse sentido.
Jerome Cadier descartou, ainda, qualquer responsabilidade da Latam na atual situação financeira da Voepass, que entrou recentemente com pedido de recuperação judicial. De acordo com o executivo, o término da parceria foi impulsionado pelo acidente envolvendo uma aeronave da Voepass em agosto de 2023 e pela suspensão do certificado de operação da companhia regional.
“No pedido de recuperação judicial da Voepass foi mencionada uma eventual responsabilidade da Latam. Quero deixar claro que essa afirmação não tem fundamento. A situação financeira da Voepass é de responsabilidade da própria empresa”, reforçou Cadier.
A parceria previa que a Voepass operasse voos regionais a partir de bases como Congonhas, Guarulhos e Florianópolis, conectando cidades como Presidente Prudente (SP), Juiz de Fora (MG), Ipatinga (MG), Joinville (SC), Santa Maria (RS) e Pelotas (RS), além da ligação entre Fernando de Noronha (PE) e Recife (PE).
Após a suspensão da parceria, a Latam informou que realocou ou reembolsou 95% dos mais de 100 mil passageiros que tinham viagens programadas pela Voepass entre janeiro e agosto de 2025. Em alguns casos, a companhia utilizou rotas alternativas, incluindo parcerias com Gol e Azul e, em situações específicas, transporte terrestre.
“Cumprimos nossa responsabilidade da melhor forma possível. Agora, o processo seguirá conforme o andamento da recuperação judicial da Voepass e do processo de arbitragem instaurado anteriormente”, conclui Cadier.