A Booking Holdings relatou que os canadenses — e, em menor grau, os europeus — deixaram de priorizar viagens aos Estados Unidos no primeiro trimestre, comportamento semelhante ao observado pela U.S. Travel Association. A empresa também avaliou recentemente que brasileiros priorizam viagens nacionais em 2025.
Durante a teleconferência de resultados da empresa no dia 29 de abril, Ewout Steenbergen, diretor financeiro da Booking Holdings, afirmou que os canadenses estão optando majoritariamente pelo México em vez dos EUA, enquanto os europeus estão viajando mais para o Canadá, Ásia e destinos dentro da Europa.
“Para nós, não faz diferença”, afirma Steenbergen. “Somos agnósticos em relação ao destino, porque normalmente eles gastam o mesmo valor — só que em outro lugar”, acrescenta.
De forma geral, Steenbergen relatou uma “demanda muito estável” em todo o mundo entre janeiro e março, sem impacto econômico nos negócios da Booking Holdings. Nos Estados Unidos, no entanto, a OTA observa sinais de contenção de gastos.
Globalmente, a Booking Holdings registrou um aumento ano a ano na duração média das estadias, segundo Steenbergen, mas essa métrica caiu entre os viajantes norte-americanos — o que pode indicar que os americanos “estão ficando mais cautelosos com seus gastos”.
Além disso, o CFO destacou que hotéis de luxo e alto padrão nos EUA mostraram mais resiliência do que hotéis de categoria intermediária e econômica no primeiro trimestre — uma dinâmica exclusiva do mercado americano.
Glenn Fogel, CEO da Booking Holdings, demonstrou confiança na capacidade da Booking Holdings de lidar com possíveis retrações nas viagens.
“Embora estejamos satisfeitos com os resultados do primeiro trimestre e com a relativa estabilidade das tendências observadas até agora no segundo trimestre, reconhecemos plenamente a atual incerteza geopolítica e macroeconômica, bem como as preocupações com a força da demanda do consumidor”, afirmou Fogel.
Ele ressaltou que a Booking Holdings está bem posicionada para enfrentar possíveis crises, graças à sua “diversificação global, liquidez substancial, forte geração de caixa livre e histórico de execução eficaz”.
A Booking Holdings registrou 319 milhões de diárias no primeiro trimestre, um aumento de cerca de 7% em relação ao ano anterior.
A receita cresceu 8% no período, alcançando US$ 4,8 bilhões, enquanto o EBITDA ajustado subiu 21%, chegando a US$ 1,1 bilhão. Ambos os indicadores superaram o limite superior das projeções anteriores da empresa, segundo Fogel.