A Iata (Associação do Transporte Aéreo Internacional) definiu quatro prioridades estratégicas para os serviços de apoio em solo durante a Ground Handling Conference 2025, realizada em Nairóbi, no Quênia. O evento, que reúne especialistas e representantes de companhias aéreas e operadores, contou com o apoio da Kenya Airways e apresentou diretrizes para enfrentar os desafios de segurança, eficiência operacional e sustentabilidade.
Entre os destaques está o reforço da segurança em todas as ações realizadas nas rampas. “Quanto mais dados compartilhamos, mais seguros nos tornamos”, afirmou Monika Mejstrikova, diretora de Operações em Solo da Iata. A entidade incluiu, pela primeira vez, fatalidades em solo em sua taxonomia de segurança, com base em dados dos programas Incident Data Exchange (IDX) e Accident Data Exchange (ADX). As informações embasaram atualizações no Ground Operations Manual (IGOM), como zonas proibidas ao toque, melhorias no procedimento de pushback e protocolos para aeronaves com APUs inoperantes.
Outro avanço importante é a transição para equipamentos de apoio em solo aprimorados (Enhanced GSE), que contam com sensores de proximidade. Desde o lançamento do programa de reconhecimento desses equipamentos, 98 frotas foram registradas e 28 estações foram reconhecidas. A partir de abril de 2025, todas as localidades com certificação ISago deverão apresentar declarações de uso desses equipamentos, incluindo critérios para GSEs de mobilidade.
No campo da digitalização, a adoção do padrão X565 de troca automatizada de dados de peso e balanceamento tem se mostrado essencial para a segurança e a eficiência dos voos. Empresas como Lufthansa e Flydubai já o utilizam. A Iata também prevê para este ano o lançamento do padrão Elir (Electronic Load Instruction and Reconciliation), com resultados promissores em redução de erros e atrasos.
A padronização global segue como base das operações eficientes, com ferramentas como o Igom e o Isago. O sistema de auditorias Isago atingiu 400 estações credenciadas em 2024, evitando centenas de auditorias internas e gerando uma economia de US$ 8,7 milhões. Já o novo Portal Operacional (OPS) tem sido utilizado por mais de 480 empresas e prestadores de serviços, promovendo benchmarking e análise de lacunas.
As operações de bagagens também passam por modernização com o 10-year Global Baggage roadmap, que prevê rastreamento digital, automação e prevenção de fraudes, alinhado à Resolução 753.
Por fim, a Iata reforçou seu compromisso com um futuro mais sustentável e acessível. A eletrificação dos equipamentos de apoio em solo pode reduzir em até 48% as emissões por preparo de aeronave, e a acessibilidade para dispositivos de mobilidade é prioridade em parceria com fabricantes e agências reguladoras.
“O caminho para operações em solo mais seguras, eficientes e sustentáveis exige colaboração entre todos os atores da aviação. Estamos avançando de forma coletiva para entregar um setor mais responsável e preparado para o futuro”, concluiu Mejstrikova.