São Paulo (SP) – Brígida Perrella, fundadora do IAI Lab, defendeu a adoção imediata de agentes de inteligência artificial (IA) no setor de turismo durante sua apresentação no Expo Fórum Visite São Paulo 2025, realizado nesta sexta-feira (30), no WTC Events Center. Criadora do Paulo, agente digital oficial do evento, Brígida mostrou como essas tecnologias podem transformar a experiência de visitantes, organizadores e patrocinadores.
“Os sites hoje em dia já são analógicos”, afirma Brígida. “Não queremos mais baixar aplicativo, esperar chat, depender de um desenvolvedor para atualizar conteúdo. O público não tem mais paciência”, salienta.
Segundo ela, a IA não é mais uma tendência futura, mas uma urgência atual. “Quem ainda não mexe com inteligência artificial, falta isso daqui para começar”, provoca Brígida, indicando com os dedos uma distância minúscula.
Expansão da tecnologia
Para reforçar sua posição, a especialista apresentou dados que mostram o impacto imediato da adoção de IA no atendimento ao cliente. “Em apenas 14 dias, um de nossos clientes nos Estados Unidos substituiu 14% do atendimento humano por inteligência artificial com maior precisão”, conta.
O agente Paulo, que atendeu o público do Expo Fórum, foi desenvolvido para facilitar o acesso a informações, sugestões de palestras por interesse e envio de apresentações diretamente no WhatsApp. “Ele entende o perfil da pessoa e indica os conteúdos mais adequados. É uma conversa fluida, personalizada, não aquela coisa de ‘aperte 1 para sim’”, destaca.
Brígida também apresentou outros agentes já criados por seu laboratório, como o Toninho, um personagem voltado a eventos culturais no interior, e a Tamara, uma IA corporativa que atua em temas como ESG e diversidade. “Cada agente tem uma personalidade própria e fala a língua do seu público. O Paulo é executivo, o Toninho é interiorano. A Tamara fala sobre compliance dentro das empresas”, explica.
Outros benefícios
A palestrante ressaltou ainda que a IA pode gerar novas receitas para eventos e destinos. “A gente consegue monetizar cotas, criar ações patrocinadas com áudio, texto, imagem, e oferecer essas interações direto ao público. É inteligência aplicada ao negócio”, afirma.
Além da personalização e eficiência, a coleta de dados é outro benefício apontado. “Se um agente percebe que mulheres de 30 a 45 anos estão falando mais sobre pets do que sobre experiências de luxo, isso é um dado. Podemos criar produtos ou parcerias com base nisso”, exemplifica.
Brígida também destacou a importância da acessibilidade. “Temos agentes que falam devagar para públicos com deficiência auditiva, agentes que funcionam por aproximação para pessoas com deficiência visual. É sobre inclusão real”, pontua.
Por fim, a fundadora do IAI Lab reforçou que a inteligência artificial deve ser humanizada e desenhada com propósito. “Se seu negócio pudesse ter um agente, eu acho que ele teria um agente da IAI. Nós desenvolvemos alma, não só fluxos. E com segurança, LGPD, TI robusta e atenção total ao usuário”, finaliza.