O verão nos Estados Unidos começa com um alerta para o setor de turismo: a chegada de visitantes internacionais caiu significativamente nas últimas semanas. De acordo com dados divulgados por fontes do setor, aproximadamente 1,9 milhão de turistas estrangeiros desembarcaram em aeroportos norte-americanos recentemente, número 6% menor em comparação ao mesmo período de 2024.
Segundo o Wall Street Journal, as reservas de voos vindos da Europa até agosto apresentaram queda de cerca de 12%, refletindo uma retração generalizada no interesse de estrangeiros em visitar os EUA. Cidades como San Francisco, Washington, D.C. e Los Angeles estão entre as mais afetadas, registrando declínios acentuados. Em particular, os canadenses — tradicionalmente o maior grupo de visitantes internacionais do país — reduziram em 20% suas viagens aéreas aos Estados Unidos em abril, enquanto as travessias terrestres caíram 35%.
As razões para esse movimento são múltiplas. Questões envolvendo políticas de imigração, insegurança no processo de entrada, relatos de deportações e um ambiente político percebido como hostil por parte de turistas são apontados como fatores determinantes. Em resposta, muitos têm optado por destinos alternativos na Europa ou em seus próprios países.
Empresários em regiões que dependem do turismo internacional começam a sentir o impacto direto. Em Plattsburgh, no estado de Nova York, o gerente do restaurante Naked Turtle, John Parmelee, relatou queda expressiva no número de clientes canadenses desde o início de maio. Para tentar reverter o cenário, comerciantes têm apostado em descontos e promoções voltadas a esse público.
Analistas preveem uma perda de aproximadamente US$ 8,5 bilhões em gastos de turistas internacionais, o que representa um recuo de 5% — número bastante inferior à projeção inicial de crescimento de 16%. Embora o turismo doméstico apresente alguma reação, também há sinais de contenção nos gastos dos próprios americanos, diante das incertezas econômicas.
A situação evidencia a vulnerabilidade das comunidades e pequenas empresas que dependem diretamente do turismo externo, reforçando a necessidade urgente de estratégias de reconquista da confiança dos viajantes internacionais. Para muitos destinos nos Estados Unidos, o desafio não é apenas trazer de volta os turistas, mas restaurar a imagem do país como um destino acolhedor e seguro.