O governo dos Estados Unidos, sob liderança de Donald Trump, estuda a ampliação de sua lista de proibição de entrada de estrangeiros, podendo afetar cidadãos de até 36 novos países. A informação é do jornal Washington Post, que teve acesso a um memorando do Departamento de Estado revelando que a possível medida impactaria principalmente nações da África, Caribe, Ásia Central e algumas ilhas do Pacífico.
Caso aprovada, a expansão somaria-se a restrições recentes já aplicadas a cidadãos de 12 países, além da limitação parcial para outros sete. Os governos afetados terão 60 dias para apresentar um plano de ação inicial que atenda aos novos requisitos estabelecidos pelo Departamento de Estado norte-americano. O prazo vai até às 8h do dia 18 de junho.
Entre os motivos citados para as possíveis novas proibições do governo Trump estão ausência de autoridade central confiável para emissão de documentos, fraudes governamentais generalizadas e elevado número de cidadãos que excederam o período de permanência permitido nos EUA. O memorando também menciona “atividade antissemita e antiamericana” por parte de cidadãos de alguns desses países.
A lista inclui Angola, Etiópia, Egito, Gana, Nigéria, Síria, Tanzânia, Zimbábue, entre outros. A proposta, embora ainda não oficializada, já gera preocupação no setor de turismo internacional.
“Mesmo que a ampliação do veto não atinja diretamente os principais mercados emissores para os EUA, o impacto na percepção global é real”, afirma Terry Dale, presidente da U.S. Tour Operators Association (USTOA). “Viajantes querem se sentir bem-vindos, e quando políticas sugerem o contrário, isso pode fazer com que pensem duas vezes antes de visitar.”
Dale também apontou que o veto pode interferir na realização da conferência anual da entidade, marcada para dezembro, já que membros de diversos países estariam entre os afetados pela proposta. “Deixados com esse tipo de incerteza, muitos podem optar por não vir”, conclui.