Após dias de incerteza e espaço aéreo fechado, Israel reabriu o Aeroporto Internacional Ben Gurion, com a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e Irã. A decisão permitiu que turistas retidos durante o recente conflito deixassem o país, reativando, ainda que de forma cautelosa, as conexões aéreas.
A escalada da crise teve início em 13 de junho, quando Israel atacou instalações nucleares iranianas. O Irã retaliou, e o espaço aéreo israelense foi fechado, paralisando uma indústria do turismo já fragilizada desde os ataques do Hamas em outubro de 2023. Durante o período de bloqueio aéreo, turistas buscaram rotas alternativas por Jordânia e Egito, à espera da reabertura.
O aeroporto chegou a operar de forma limitada em 23 de junho, com voos restritos a até 50 passageiros. Apenas dois dias depois, as operações regulares foram oficialmente retomadas. No entanto, a normalização das rotas comerciais ainda é incerta. A Delta Airlines prorrogou a suspensão de voos para Tel Aviv até 31 de agosto, enquanto a United Airlines mantém a paralisação até 1º de julho.
O impacto no setor foi imediato. A operadora ETS, especializada em roteiros religiosos na Terra Santa, cancelou todas as viagens programadas para julho e congelou novas reservas para 2025. “Estamos avaliando os programas para o outono de 2025 e prontos para retomar quando as condições permitirem”, informou David Welch, vice-presidente da ETS.
A presidente da Ya’lla Tours USA, Ronen Paldi, informou que não havia clientes em Israel no início da crise e garantiu que nenhuma atração turística foi danificada nos ataques. Já Michelle Wiseman Kredi, consultora da Flórida especializada em turismo israelense, destacou as dificuldades dos últimos cinco anos, agravadas agora por mais uma tensão geopolítica.
Apesar do novo revés, ela mantém o otimismo: “Estamos no caminho certo se o cessar-fogo for mantido. Quando as tensões diminuírem, as pessoas voltarão em massa”, afirmou.