São Paulo (SP) – Em sua primeira visita ao Brasil, Josh Jost, diretor de Marketing do resort The Brando, participou de um encontro promovido pela TL Portfolio, no Botanikafé Jardins. O objetivo foi apresentar a propriedade localizada no atol de Tetiaroa, na Polinésia Francesa, e fortalecer o relacionamento com o mercado brasileiro, considerado estratégico pela empresa. “Queremos desenvolver o mercado e mostrar que é tão simples chegar até nós quanto às Maldivas”, afirma Jost.
Localizado a cerca de 20 minutos de voo de Papeete, capital do Taiti, o The Brando ocupa a ilha de Onetahi, um dos motus do atol de Tetiaroa, propriedade que pertence à família de Marlon Brando. O ator conheceu o arquipélago durante as filmagens de O Grande Motim e idealizou ali um modelo de hospitalidade que unisse luxo e sustentabilidade. O projeto foi realizado após sua morte por meio de uma parceria com o hoteleiro Richard Bailey, dando origem ao resort e à Tetiaroa Society, entidade que coordena ações de pesquisa e preservação ambiental no local.
Infraestrutura e atrativos em meio à natureza
Com 35 vilas independentes e uma residência de quatro quartos, o resort oferece hospedagem em estruturas cercadas por vegetação nativa, com piscinas privativas e acesso direto à praia. A proposta é de imersão na natureza e privacidade total. Segundo o executivo, a média de permanência é de quatro a cinco noites, mas há casos de hóspedes que permanecem por semanas.
Entre as experiências oferecidas, destaca-se a observação de baleias-jubarte, entre agosto e outubro. Durante esse período, os hóspedes podem participar de expedições monitoradas por especialistas para observar os animais em seu habitat natural. “É uma das poucas regiões do mundo onde é legalmente permitido nadar com as baleias, sempre respeitando distâncias seguras e sem contato físico”, explica Jost.
A programação inclui também aulas culturais, passeios de bicicleta por sítios arqueológicos, prática de snorkeling e atividades educativas voltadas para crianças. O resort não possui um clube infantil tradicional, mas promove vivências integradas com a natureza por meio da Lagoon School, focada na fauna marinha e na cultura local.
A gastronomia do resort está sob o comando do chef francês Jean Imbert, que mistura técnicas da culinária clássica da França com ingredientes locais da Polinésia. Já o spa, construído em torno de um lago natural, ocupa uma área que foi por séculos local de retiro da família real taitiana.
Sustentabilidade como parte integral da proposta
A sustentabilidade é um dos pilares do empreendimento. O The Brando foi o primeiro hotel do mundo a receber a certificação LEED Platinum. Todo o sistema de climatização é feito por meio de uma tecnologia chamada Sea Water Air Conditioning (Swac), que utiliza água do mar captada a mil metros de profundidade, reduzindo em até 90% o consumo de energia com refrigeração. O resort também opera com energia solar, reciclagem de resíduos e práticas de gestão hídrica, além de produzir mel e hortaliças com técnicas agrícolas locais.
Entre as iniciativas ambientais destacam-se a eliminação de ratos para restauração do ecossistema, programas de monitoramento de tartarugas marinhas e pesquisas sobre o comportamento de tubarões, conduzidas em parceria com instituições internacionais. “Eliminamos os ratos do atol para permitir que as aves nativas voltassem a fertilizar o solo, o que influencia diretamente na saúde dos recifes de coral”, destaca Jost.
Com atuação conjunta com a Tetiaroa Society, o resort também é sede de projetos de pesquisa e eventos como a Blue Climate Initiative, que busca soluções para os impactos das mudanças climáticas nos oceanos. “Se conseguimos operar um resort de luxo de forma sustentável em uma ilha remota, qualquer um pode fazer o mesmo”, conclui o executivo do resort que completou 10 anos no ano passado.