Mais de 800 mil credores devem ignorar solicitações por telefone, e-mail ou mensagens de texto que peçam dados bancários ou pessoais. As administradoras judiciais da recuperação da 123 Milhas informam que não estão realizando qualquer contato direto com consumidores para solicitar informações sensíveis, como número de CPF, dados de conta ou senhas. Segundo as responsáveis, qualquer tentativa nesse sentido deve ser considerada golpe.
O alerta foi reforçado pelos canais oficiais do processo de recuperação, que orientam os consumidores a preencherem suas informações exclusivamente no site oficial. “Qualquer contato fora dessa plataforma é irregular. Nenhuma administradora está pedindo dados sensíveis por mensagem, telefone ou redes sociais. Casos assim devem ser denunciados à Polícia Civil”, destaca o comunicado.
Até o momento, nenhum valor foi liberado. O plano de recuperação apresentado pelo grupo em dezembro de 2023 ainda está em análise judicial e propõe pagamentos parcelados em até seis anos, com parcelas semestrais. Mais de 750 contestações foram registradas por credores, que questionam os termos da proposta.
A Defensoria Pública de Minas Gerais também divulgou uma cartilha com orientações práticas sobre o processo. O material está disponível online e traz detalhes sobre o plano, além da segunda lista de credores, com os nomes dos consumidores e os valores devidos. A recomendação é que todos os credores acompanhem exclusivamente os canais oficiais e não compartilhem seus dados com terceiros.
O Grupo 123, responsável pelas marcas 123 Milhas, Maxmilhas, HotMilhas, Novum e LH Lance Hotéis, afirma que segue trabalhando para tornar o plano viável e que está comprometido em atender ao maior número de credores possível. “Estamos construindo uma proposta que permita à empresa se reestruturar e, ao mesmo tempo, honrar os compromissos com os consumidores afetados”, afirma o grupo em nota.
A 123 Milhas entrou em recuperação judicial em agosto de 2023, após o cancelamento de milhares de pacotes e passagens promocionais. A dívida estimada é de R$ 2,3 bilhões, o que torna o caso um dos maiores processos de recuperação judicial do setor de Turismo no país.