O incêndio florestal que atinge Marselha, no sul da França, levou ao fechamento temporário do aeroporto da cidade, além de paralisar a linha de trem de alta velocidade (TGV) e a autoestrada A7, importantes vias de acesso à região. As medidas foram tomadas devido à fumaça densa e à necessidade de liberar espaço aéreo para a operação de aviões Canadair usados no combate ao fogo.
As chamas começaram na localidade de Les Pennes-Mirabeau e já consumiram mais de 750 hectares, atingindo áreas residenciais e levando à evacuação de pelo menos 400 pessoas. De acordo com Georges-François Leclerc, autarca da região, cerca de 70 casas foram atingidas e dez delas foram totalmente destruídas. “Houve uma forte regressão das chamas com a trégua dos ventos durante a noite, mas ainda existe o risco de novos focos”, alertou o dirigente.
Mais de 700 bombeiros permanecem mobilizados no terreno, apoiados por aviões e helicópteros, que continuam despejando água nas áreas mais críticas. O vice-almirante Lionel Mathieu, chefe do batalhão de bombeiros marítimos, afirmou que apesar da redução na intensidade do fogo, o trabalho de contenção segue prioritário. O tráfego nas principais vias já começou a ser retomado, incluindo o aeroporto, cujos voos foram liberados nesta quarta-feira, mas a normalidade ainda depende das condições climáticas e da operação aérea de emergência.
“Com o incêndio aproximando-se de Marselha, a situação foi muito preocupante. A fumaça chegou ao centro da cidade, e os moradores foram orientados a manter portas e janelas fechadas”, relatou Jean-Pierre Bensaid, cônsul honorário de São Tomé e Príncipe na cidade. Ele ainda destacou que “as temperaturas elevadas, a baixa umidade e os ventos fortes são as piores condições para combater um incêndio”.
Além de Marselha, um segundo incêndio florestal em Narbonne, também no sul da França, mobilizou as autoridades. Segundo a porta-voz do governo francês, Sophie Primas, os dois episódios marcam o início precoce da temporada de incêndios no país, em um cenário que se repete por toda a Europa. Na Catalunha, na Espanha, mais de 18 mil pessoas foram orientadas a permanecer em casa por causa de um incêndio que já destruiu 3 mil hectares. Na Grécia, 41 focos foram registrados em um único dia.
O governo francês mantém alerta máximo na região e monitora as condições climáticas para evitar novos focos. Autoridades destacam a importância da prevenção diante do agravamento dos eventos extremos associados às mudanças climáticas.