A Indonésia enfrenta um dos momentos mais críticos para o seu turismo em 2025. Incêndios florestais de grandes proporções, associados a eventos climáticos extremos, vêm impactando diretamente a malha aérea, a saúde pública e a operação de destinos turísticos em todo o país. A combinação de fumaça tóxica, chuvas intensas, inundações e frentes frias fora de época gera prejuízos significativos para a indústria, que vinha em trajetória de recuperação após os anos de pandemia.
Desde o início de julho, mais de mil focos de incêndio foram registrados apenas na ilha de Sumatra, afetando diretamente províncias como Aceh, Riau, Jambi e Sumatra do Sul. Em Riau, mais de 100 hectares já foram consumidos pelas chamas, causando destruição ambiental, queda na qualidade do ar e emissão de alertas de saúde. A situação se agravou com a seca prolongada, tornando o combate às chamas ainda mais desafiador.
A fumaça já cruzou as fronteiras da Indonésia e chegou à Malásia, evidenciando a gravidade do cenário. “A confiança dos turistas foi afetada”, alerta o relatório, ao destacar que viajantes com condições respiratórias evitam regiões impactadas ou cancelam suas reservas.
Paralelamente, condições meteorológicas adversas causaram enchentes e deslizamentos de terra em Java e ilhas vizinhas. Bali, um dos principais destinos do país, foi duramente atingida por inundações costeiras, com marés altas e ondas intensas forçando o fechamento temporário de pontos turísticos. As frentes frias também surpreenderam visitantes, com noites frias inesperadas em destinos tropicais.
O impacto logístico é expressivo: aeroportos como Soekarno-Hatta (Jacarta), Ngurah Rai (Bali), Juanda (Surabaya) e Sultão Hasanuddin (Makassar) somaram centenas de atrasos e cancelamentos, afetando companhias como Lion Air, Batik Air, AirAsia e Citilink. Apenas em Jacarta, foram mais de 240 atrasos em um único dia.
“Com a fumaça cobrindo grandes áreas e a poluição do ar atingindo níveis perigosos, alertas de saúde foram emitidos em grandes centros turísticos”, informa o levantamento. Muitas regiões, incluindo Bali, registraram fechamento de parques e resorts, levando a perdas financeiras e à interrupção de operações no pico da temporada.
As perspectivas para o segundo semestre se mostram incertas. O setor, que vinha projetando crescimento recorde em 2025, agora precisa lidar com retrocessos consideráveis. O governo mobilizou esforços para mitigação dos desastres, como indução de chuvas artificiais, mas os efeitos não são imediatos.