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Matheus Alves
Matheus Alves
Repórter - E-mail: matheus@brasilturis.com.br

Passaporte brasileiro sobe para 16º lugar em ranking global de mobilidade

Brasil empata com Argentina e San Marino, com acesso a 170 destinos sem visto, mas passaporte ainda está atrás do Chile na América do Sul

O passaporte brasileiro passou a ocupar a 16ª colocação no Henley Passport Index 2025, divulgado nesta terça-feira (22). Com acesso sem visto a 170 destinos, o Brasil está empatado com Argentina e San Marino. Apesar do avanço, o país continua atrás do Chile, que lidera na América do Sul com 176 destinos e aparece em 14º lugar no ranking.

O índice é elaborado pela consultoria Henley & Partners com base em dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) e avalia 199 passaportes de acordo com a quantidade de países que cada nacionalidade pode visitar sem a necessidade de visto prévio.

Apesar do crescimento no ranking, brasileiros ainda precisam de visto para entrar em destinos relevantes, como os Estados Unidos. Por outro lado, o passaporte nacional foi beneficiado em 2025 por acordos bilaterais, como a isenção de visto concedida pela China e avanços diplomáticos com países da América do Sul, África e Oriente Médio.

Cingapura mantém liderança; EUA e Reino Unido recuam

Cingapura lidera o índice com acesso a 193 destinos sem visto. Em segundo lugar estão Japão e Coreia do Sul (190 destinos), seguidos por sete países da União Europeia — Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca, Finlândia e Irlanda — com 189 destinos.

Portugal aparece na 4ª colocação ao lado de outras seis nações europeias. Grécia, Suíça e Nova Zelândia ocupam o 5º lugar. A Nova Zelândia é o único país fora da Europa e Ásia presente no Top 10. No final da lista, o Afeganistão segue com o passaporte menos aceito do mundo, com entrada permitida em apenas 25 países.

Estados Unidos e Reino Unido continuam perdendo posições. O Reino Unido agora está em 6º lugar (186 destinos), e os EUA em 10º (182). Esta é a primeira vez que os Estados Unidos correm o risco de deixar o Top 10 desde a criação do índice, há 20 anos.

Para Christian Kaelin, criador do ranking, os resultados indicam que a diplomacia ativa é essencial. Segundo ele, países que mantêm acordos de isenção de visto tendem a melhorar no ranking, enquanto os que adotam políticas restritivas perdem posições.

Avanços na Ásia e impactos no turismo

A Índia teve o maior avanço no semestre, subindo da 85ª para a 77ª posição, com entrada liberada em 59 países. A Arábia Saudita ampliou o número de destinos com isenção de visto em quatro novos países e ocupa a 54ª colocação, com 91 destinos.

A China subiu 34 posições na última década, da 94ª para a 60ª. Em 2025, concedeu isenção de visto a mais de dez países, incluindo os membros do Conselho de Cooperação do Golfo e países da América do Sul como Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.

Essa movimentação reflete uma maior abertura chinesa e coincide com o crescimento do setor aéreo na região Ásia-Pacífico. Segundo a Iata, as companhias aéreas da região registraram aumento de 9,5% na demanda no primeiro semestre de 2025. “Apesar das incertezas econômicas e geopolíticas, a confiança do consumidor parece estar forte, com reservas antecipadas robustas para a alta temporada no Hemisfério Norte”, afirmou Willie Walsh, diretor-geral da Iata.

Cenário brasileiro e exigência de visto a estrangeiros

Em abril deste ano, o Brasil voltou a exigir visto para turistas dos EUA, Austrália e Canadá, retomando a exigência que havia sido suspensa no governo anterior. A medida foi implementada por meio de decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revertendo decisão adotada em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro.

Nos últimos dez anos, 80 passaportes subiram ao menos dez posições no índice, enquanto 16 perderam colocação, como Venezuela (-15), EUA (-8), Vanuatu (-6), Reino Unido (-5) e Canadá (-4).

Juerg Steffen, CEO da Henley & Partners, destacou que cidadãos de países como EUA e Reino Unido têm buscado mais opções de residência e cidadania alternativa. “Seu passaporte não é mais apenas um documento de viagem – ele reflete a influência diplomática do seu país e suas relações internacionais”, afirmou.

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