Com 89 anos recém completados, o Aeroporto de Congonhas está prestes a iniciar uma nova fase. A concessionária Aena, que assumiu a gestão do terminal em 2023, já iniciou uma série de obras para modernizar e reestruturar o aeroporto. Durante o encontro EmDiaCom Associados, nesta quinta-feira (24), no Aeroporto de Congonhas, Kleber Meira, diretor executivo da Aena Brasil, detalhou o plano que deverá transformar o espaço em um terminal mais eficiente, moderno e compatível com a importância de São Paulo no cenário nacional.
“Congonhas é um ativo. É um patrimônio para a economia, para a cidade e para o país”, afirmou Meira, que também destacou o desafio de operar em um sítio aeroportuário limitado e tombado pelo patrimônio histórico.

Terminal será ampliado com 19 fingers e nova área de embarque
Entre as principais mudanças está a construção de um novo píer com 19 fingers, sete a mais do que os atuais 12, o que permitirá que 70% dos embarques ocorram por pontes de acesso, eliminando parte dos embarques remotos. A largura da nova estrutura será de 36 metros, igual ao Terminal 3 de Guarulhos, ampliando o conforto dos passageiros. A antiga sala de embarque remoto será substituída por um espaço requalificado no hangar tombado da Gol, com novo layout e áreas de espera mais amplas.
“Independente do novo terminal, a gente acha que tem que dar um tratamento para a sala de embarque remota. Tem muitas pessoas que falam: ‘Lá é muito apertado, lá parece uma rodoviária’. Então, a gente vai dar um tratamento para aquele lugar ali, mesmo sabendo que daqui a três anos aquela sala remota não vai existir mais”, explicou Meira.
Outro destaque será a nova lógica de embarque e desembarque. Atualmente, os acessos se sobrepõem, gerando filas e confusão no fluxo de veículos e passageiros. Com o novo projeto, o embarque passará a ocorrer antes do desembarque, corrigindo a estrutura para um padrão internacional. A área do check-in também será ampliada e interligada por esteiras rolantes até os portões de embarque.
Novas operações e foco em sustentabilidade
Segundo Meira, o novo layout também permitirá a operação com aeronaves maiores, como o A321, elevando a média de passageiros por voo e, consequentemente, a capacidade do terminal. Além disso, a requalificação abre caminho para a retomada de voos internacionais de curta distância, como para Buenos Aires e Santiago. “A ideia sim é que a gente possa ter a desejosa ponte aérea Congonhas-Aeroparque”, adiantou.
A gestão da Aena ainda prevê investimentos em mobilidade e sustentabilidade. Um novo bolsão para transporte por aplicativos já foi implementado, reduzindo em 41% o tempo médio de circulação no entorno do terminal. Além disso, dez dos 25 ônibus utilizados nas operações de pista foram substituídos por modelos elétricos. A acessibilidade ao aeroporto será integrada com novos modais de transporte, como o monotrilho da Linha 17-Ouro do Metrô.
Meira também comentou sobre os desafios de reformas em áreas tombadas, como o hangar da Gol. “É um hangar todo feito de madeira. É madeira com gote, sem prego, sem parafuso, sem nada. Então, a solução arquitetônica foi mantida”, destacou.
A previsão é que o novo terminal esteja completamente pronto até junho de 2028. Até lá, segundo Meira, a estratégia da Aena será promover melhorias contínuas e entregas parciais, garantindo mais conforto e eficiência ao passageiro, mesmo durante as obras.