A American Airlines informou que recuperou cerca de 75% da fatia de receita perdida com vendas indiretas, após reverter uma estratégia anterior de priorização de canais diretos como site, aplicativo e sistemas com tecnologia NDC. Vale dizer que, recentemente, a companhia celebrou 35 anos de operação no Brasil.
A iniciativa de 2023 e início de 2024, que retirou mais da metade das tarifas dos GDSs tradicionais e reduziu suporte às agências e vendas corporativas, foi estimada pela companhia como responsável por uma perda de até US$ 1,5 bilhão em receita no ano passado. No pior momento, a participação nas vendas indiretas chegou a cair 11% em relação à média histórica, especialmente no segundo trimestre de 2024. No segundo trimestre de 2025, essa diferença caiu para 3%, segundo a própria empresa.
“Estamos realmente satisfeitos com o nosso desempenho e por estarmos voltando aos trilhos”, afirmou Robert Isom, CEO da American Airlines, durante a apresentação dos resultados.
A melhora começou após a reversão da estratégia, em maio de 2024. Desde então, a companhia voltou a se aproximar de clientes corporativos e de agências de lazer e negócios, reestruturando a divisão de vendas, com a contratação de novos gerentes de contas e profissionais da área. A empresa também restabeleceu seu conteúdo nos GDSs e promoveu mudanças no programa AAdvantage Business, voltado a pequenas e médias empresas.
Além disso, a American passou a investir no fortalecimento de seus produtos premium e da experiência do cliente, mirando o segmento de viajantes corporativos e de alto padrão, em linha com iniciativas semelhantes da Delta e United.
Segundo Isom, as vendas corporativas cresceram 10% no segundo trimestre — um resultado que supera o aumento de um dígito baixo informado pela Delta no mesmo período. A American estima que encerrará o terceiro trimestre com queda de apenas 2% em relação à média histórica de vendas indiretas, com expectativa de recuperação total até o fim do ano.
“Acho que os últimos pontos percentuais vão ser os mais difíceis”, afirmou Isom. “Mas também acredito que serão os mais lucrativos”, pontua.
O executivo acrescentou que a companhia acredita ser possível superar sua média histórica de participação nesse segmento.
Resultados financeiros
A American Airlines reportou lucro líquido de US$ 599 milhões no segundo trimestre de 2025. A receita operacional foi de US$ 14,4 bilhões — um aumento de 0,4% na comparação anual e US$ 110 milhões acima das expectativas de analistas, segundo o site financeiro Seeking Alpha.
As despesas operacionais cresceram 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem operacional antes de impostos foi de 5,8%, com lucro operacional de US$ 1,14 bilhão.
Para o terceiro trimestre, a companhia projeta margem operacional entre -1% e 2%. Segundo a direção da empresa, os resultados foram impactados negativamente pelos preços mais baixos das tarifas domésticas econômicas, setor em que a American tem grande participação. A expectativa é de que os preços comecem a subir em agosto, com a redução de capacidade pelas companhias aéreas e o aumento da demanda.
As ações da American Airlines operavam em queda de quase 8% no meio do pregão.