A 20ª edição da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), realizada de 5 a 7 de agosto de 2025 no aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, consolidou-se como o principal encontro da aviação de negócios na América Latina. Com público de 14.157 visitantes, o evento superou expectativas e registrou resultados expressivos, incluindo a venda direta de nove aeronaves pela Tam Aviação Executiva e a primeira comercialização no Brasil do modelo H140, com cauda T, da Airbus.
No total, foram expostas 54 aeronaves e mais de 150 marcas participaram. A estimativa preliminar é de mais de US$ 150 milhões em negócios, envolvendo aeronaves, equipamentos e serviços adquiridos durante e após o evento.
Para Flavio Pires, CEO da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), responsável pela organização, o desempenho reflete o amadurecimento do setor e a força da feira como plataforma de negócios e relacionamento. “A Labace reafirma seu papel como vitrine da aviação de negócios no Brasil e na América Latina. Mais do que um evento de exposição, é uma feira que gera oportunidades reais e movimenta toda a cadeia do setor. Estamos muito satisfeitos com a receptividade, o alto nível dos visitantes e a demonstração clara de que a aviação geral é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento econômico do país”, afirmou.
Pires também destacou os benefícios da realização no Campo de Marte, que trouxe mais espaço e infraestrutura, além de possibilitar avanços como voos de demonstração e a chegada e saída de visitantes em aeronaves próprias.
Além de celebrar os 20 anos da feira, o evento ocorreu em um momento de crescimento da aviação de negócios no Brasil. Dados da Abag indicam que a movimentação aérea no primeiro semestre de 2025 cresceu 32% em relação ao mesmo período de 2024, alcançando o maior volume desde 2020. A frota nacional também apresentou expansão: 18% em jatos, 13% em turboélices e 10% em helicópteros a turbina. A projeção é atingir 1 milhão de voos até o final do ano.
Mesmo com o cenário positivo, a entidade aponta desafios, como a aplicação de alíquotas comuns do IBS/CBS para o segmento, imposto seletivo sobre importações, cobrança de IPVA por alguns estados, possíveis tarifas dos Estados Unidos, pressões ambientais e escassez de mão de obra técnica. “A aviação de negócios é essencial para a conectividade e o desenvolvimento econômico no Brasil. Precisamos garantir um ambiente regulatório que estimule investimentos, preserve a segurança operacional e reconheça o papel estratégico do setor para o país”, concluiu Pires.
A próxima edição da Labace está confirmada para 4 a 6 de agosto de 2026, novamente no Campo de Marte.